BdP pede aos bancos para não “exagerarem” nos custos das transferências imediatas
Em alguns bancos, as transferências em poucos segundos têm custos significativamente superiores ao das normais.
O Banco de Portugal (BdP) pede aos bancos que “potenciem” o mercado das transferências imediatas, uma forma simpática de lhes transmitir que isso não vai acontecer se o custo destas operações for demasiado alto, como está a acontecer em algumas instituições. Em comunicado, divulgado esta sexta-feira, o supervisor refere que a oferta de transferências imediatas, disponibilizadas em Setembro do ano passado, já abrange mais de 95% das contas de pagamento em Portugal.
“O Banco de Portugal pede, agora, aos prestadores de serviços de pagamento que adoptem práticas que potenciem a utilização das transferências imediatas, quer nos pagamentos à distância, quer nos pontos de venda físicos”, refere a nota divulgada após a reunião da Comissão Interbancária para os Sistemas de Pagamento (CISP), onde têm assento o Banco de Portugal, a SIBS, a Associação Portuguesa de Bancos (APB), os maiores bancos nacionais e a Agência de Gestão da Tesouraria e da Dívida Pública.
O supervisor lembra que a crescente digitalização da economia vem potenciar as transferências imediatas como o instrumento de pagamento que melhor pode responder aos novos hábitos e expectativas dos utilizadores (particulares, empresas, organismos do Estado e da Administração Pública). Mas, por essa razão, “o BdP sublinhou [na reunião] que o sistema financeiro deve implementar práticas, designadamente em termos de preçários, que potenciem a adopção generalizada das transferências imediatas, não só para pagamentos remotos, mas também nos pontos de venda físicos”.
O pedido aos bancos, feito no dia em que se assinala o Dia Mundial do Consumidor, acontece numa altura em que os bancos continuar a agravar os seus preçários, não apenas nas transferências online, mas na generalidade dos serviços bancários, como se perspectiva que vá acontecer com as transferências MB Way.