PSD acusa Governo de ser “cúmplice” do “socialista” Tomás Correia

PS assume que permanência em funções "cria ameaça à estabilidade" da Associação Mutualista do Montepio Geral.

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Adão Silva é vice-presidente da bancada do PSD LUSA/MIGUEL A. LOPES

O vice-presidente da bancada do PSD Adão Silva lançou esta quarta-feira um ataque ao Governo a propósito do presidente da Associação Mutualista do Montepio Geral Tomás Correia. O deputado acusa o executivo de ter uma “cumplicidade que roça o ridículo” com “o socialista Tomás Correia” e exige que se avance para a avaliação da idoneidade do responsável. O PS responde que a sanção aplicada pelo Banco de Portugal a Tomás Correia e a sua permanência em funções “cria uma ameaça de estabilidade à associação mutualista”.

Numa declaração política no plenário da Assembleia da República, Adão Silva lembra que “idoneidade é igual a responsabilidade” e pergunta: “Que responsabilidade se pode esperar de alguém que se pôs à socapa para que 630 mil cidadãos paguem as multas dos seus desmandos?”. Para o deputado “por tudo” o que já se sabe “e por aquilo que ainda não se sabe”, Tomás Correia “tem gozado da maior condescendência do Governo socialista” até por causa de um “buraco na lei” que abriu portas a uma discussão jurídica sobre qual a entidade que pode avaliar a idoneidade do presidente da Associação Mutualista. “Esta cumplicidade roça o ridículo”, apontou o deputado, lançando a suspeita: “Será que é por ser presidente da Assembleia Municipal de Pedrógão Grande onde ganha pó e apodrece a solidariedade dos portugueses?”.

O vice-presidente da bancada do PSD diz haver “um jogo cúmplice entre o governo socialista e o socialista Tomás Correia”, frisando que, em 2017, o Governo quis entregar “as poupanças da Santa Casa da Misericórdia de Lisboa, de 200 milhões de euros, como amparo da má gestão do banco Montepio e indirectamente da Associação Mutualista”.

Os socialistas ignoraram as várias provocações. João Paulo Correia lembrou que foi o Banco de Portugal que aplicou a segunda maior sanção de sempre, o que “diz bem” das irregularidades de gestão detectadas. E assumiu que essa sanção “quebra a confiança das capacidades de gestão de Tomás Correia e cria uma ameaça de estabilidade à Associação Mutualista”.

À esquerda do PS, o deputado do PSD também ouviu palavras de apoio às suas dúvidas sobre a idoneidade de Tomás Correia. A bloquista Mariana Mortágua lembrou que “até o Banco de Portugal disse que não era idóneo” e assumiu não ter “nenhuma dúvida sobre a responsabilidade do Governo” nesta matéria, defendendo que é preciso “agir e rápido”.

Pelo PCP, Paulo Sá recordou que “há muito” que o seu partido defende o “afastamento de Tomás Correia e a constituição de uma nova equipa”.

À direita, a centrista Cecília Meireles condenou a discussão jurídica sobre a entidade que deveria avaliar a idoneidade de Tomás Correia e concordou com a “cumplicidade do Governo com uma linha do Montepio, chefiada por Tomás Correia”, sugerindo o afastamento do responsável: “A mesma pessoa que não pode estar à frente de um banco é a mesma que pode decidir quem pode estar”.

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