Volkswagen anuncia corte de pelo menos cinco mil postos de trabalho até 2023

O lucro atribuível aos accionistas do grupo foi em 2018 de 11,827 mil milhões de euros.

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Daniel Rocha

O grupo automóvel alemão Volkswagen (VW) anunciou esta quarta-feira o corte de cinco mil a sete mil postos de trabalho até 2023, como parte de um programa de reconversão de algumas unidades de produção que serão direccionadas para o fabrico de veículos eléctricos.

“Devido à automatização das tarefas de rotina, a empresa assume que entre cinco mil a sete mil postos de trabalho vão desaparecer até 2023”, afirmou a VW, em comunicado, observando que a redução será alcançada através da não reposição de trabalhadores que se reformem.

Tal como o gestor responsável pelas fábricas da marca VW Andreas Tostmann tinha avançado ao PÚBLICO, a reconversão deverá arrancar nas cidades alemãs de Zwickau e Emden, a leste e a norte da Alemanha, respectivamente. 

Na terça-feira, a VW, que em 2018 conseguiu um lucro de 12,15 mil milhões euros, anunciou que prevê produzir 22 milhões de veículos eléctricos nos próximos dez anos. O grupo reviu, assim, as anteriores estimativas, divulgando igualmente que pretende lançar perto de 70 modelos novos de carros eléctricos nesse período, em vez dos 50 anunciados até agora.

O lucro atribuível aos accionistas da VW foi em 2018 de 11,827 mil milhões de euros, mais 5,8% do que um ano antes.

O grupo automóvel assinou um “amplo programa de descarbonização para conseguir um resultado completamente neutro de emissões de CO2 em todas as áreas” em 2050 e compromete-se inteiramente com os objectivos climáticos previstos no Acordo de Paris. O grupo planeia lançar o seu último modelo com motor de combustão interna em 2040. 

O presidente do grupo Volkswagen, Herbert Diess, disse a propósito, citado pela agência de notícias Efe, que a “Volkswagen assume a responsabilidade perante as tendências chave do futuro, em respeito à protecção do clima” e para contribuir para abrandar o aquecimento global.

A rentabilidade operacional sobre as vendas baixou de 6% para 5,9% no ano passado, mantendo a VW abaixo da generalidade dos concorrentes. A facturação subiu 2,7% para 235,8 mil milhões de euros e as entregas melhoraram 0,9% até ao valor recorde de 10,8 milhões de veículos. Este número colocou o grupo na liderança mundial da venda de carros porque inclui o negocio dos veículos pesados. Nos veículos ligeiros, a liderança em 2018 pertenceu à aliança Renault-Nissan.

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