Câmara do Porto admite que não conseguiu realojar moradores do Aleixo no prazo previsto

Segundo Rui Moreira, a Câmara do Porto falhou a meta de realojar, no prazo de seis meses, a totalidade das 270 pessoas que ainda vivem nas três torres do Aleixo.

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neg nelson garrido

O presidente da Câmara do Porto, Rui Moreira, assumiu esta segunda-feira que falhou a meta de realojar, no prazo de seis meses, a totalidade das famílias que habitavam torres do bairro do Aleixo.

“A Câmara do Porto não conseguiu realojar ainda todas as famílias do Aleixo nos seis meses a que se propôs. Por boas razões, mas não conseguiu. Falta muito pouco, pois as que ainda lá se encontram estão já em fase adiantada do seu processo de transferência”, afirmou Rui Moreira na sessão da Assembleia Municipal.

“Podiam estar todos realojados hoje? Sim, podiam. Não me importo, contudo, de vir aqui explicar que não foi possível e ficar com o ónus de falhar uma meta à consciência de não termos feito tudo para melhorar a vida das pessoas que habitavam ou habitam o Aleixo, aproveitando esta oportunidade”, declarou.

Esta revelação acontece seis meses depois de a autarquia ter anunciado que ia realojar, em habitação municipal, as 270 pessoas que ainda viviam nas três torres do Aleixo.

Na sua intervenção inicial, o presidente da câmara, o independente Rui Moreira, explicou que as razões são essencialmente de duas ordens: por um lado as rusgas, apreensões e detenções que ocorreram, entretanto, no local, por outro a complexidade do processo.

Segundo o autarca, o “processo tornou-se bem mais complexo do que poderia parecer” já que no Aleixo vivem famílias cujas vidas nem sempre “encaixam na habitação social que vai vagando”.

“Cada caso é um caso”, sublinhou. De acordo com Rui Moreira, no Aleixo ainda vivem cerca de metade das 270 pessoas que habitavam há meio ano, pelo que pediu à Domus Social, empresa municipal de habitação, que acelere esse processo.

“À medida que ficam vazias, as torres ainda habitadas tornam-se cada vez menos habitáveis e urge terminar o realojamento, após o qual a zona terá de ser vedada, segura e o fundo [imobiliário] tomará, seguramente, todas as medidas para que, o mais depressa possível, aquele cenário seja banido”, defendeu.

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