Uruguai: um rio de pássaros pintados com “tudo por descobrir”

Paisagens naturais quase virgens, terra de dinossauros e de povos indígenas, rica em cultura e tradições. A região de Paysandú, integrada no Corredor dos Pássaros Pintados que desce o rio Uruguai, veio a Portugal promover-se enquanto destino turístico alternativo e sustentável.

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“São mais de 300km de rio navegável. Levamos as canoas, acampamos de noite e não encontramos nada, ninguém ao longo do rio. Não há uma cidade, uma aldeola, uma fábrica”, descreve Carolina Valdomir. “É a maior maravilha que temos em Guinchón, porque ainda está tudo por descobrir.”

Carolina é guia turística naquela região há alguns anos, muito por culpa do marido, Carlos Urruty, professor e guia turístico há mais de duas décadas, profissão que entretanto foi deixando em stand-by para “concentrar-se em proteger a paisagem” e lutar pela integração do Montes de Queguay no Sistema Nacional de Áreas Protegidas do Uruguai, classificação que chegou há três anos.

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É de Queguay, “o maior monte nativo do país”, que fala Carolina quando diz que “ainda está tudo por descobrir”. São 40 mil hectares de área protegida, de acesso “muito difícil”, sem internet e praticamente virgem. Só no último ano foram ali descobertas duas novas espécies: um peixe e uma libelinha. Entre os atractivos da região, Carolina nomeia ainda as formações geológicas, onde foram encontrados vestígios de uma nova espécie de dinossauro, e os vários indícios deixados pelos índios guarini na antiga rota utilizada pelo povo indígena.

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“As pessoas estão novamente a procurar fugir ao ruído e à tecnologia e a querer voltar a caminhar na terra, nestes pequenos trilhos que fazem deste um território limpo”, refere Horácio Ragni, coordenador do Centro de Estudos de Paysandú. Este é “um projecto que procura promover experiências em turismo não tradicional”, “alternativo” e “sustentável”. Muitos conhecerão Montevideu, a capital do Uruguai, ou cidades como Colónia e Punta del Este. “Mas existe todo um Uruguai, que é 95% do território, que é rural e onde há muita cultura, muitas tradições e riquezas e que quer desenvolver-se”, contrapõe o responsável.

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Horácio Ragni, Carolina Valdomir e Juan Andrés Pardo, coordenador do departamento de turismo do município de Paysandú, estiveram na Embaixada do Uruguai, em Lisboa, a promover aquela região enquanto destino turístico, no âmbito de uma tournée por alguns países da Europa com o projecto “My Earth”.

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Além das riquezas paisagísticas, entre as quais destacou a reserva natural em Guinchón, Juan Andrés Pardo enumerou outras atracções turísticas da região, como a história da capital (homónima Paysandú), as estâncias termais de Guaviyú e Almirón, o artesanato e a gastronomia típica, as tradições e as festas locais (com destaque para o Festival da Cerveja).

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Paysandú faz ainda parte dos cinco municípios que integram o Corredor Turístico dos Pássaros Pintados, “uma aposta promocional feita de forma integrada” de todo o território que desce o rio Uruguai.

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