Nenhum homem será “verdadeiramente livre” enquanto as mulheres forem discriminadas

Manifestação em Lisboa foi organizada pelo Movimento Democrático de Mulheres. Arménio Carlos destacou que “há muito direitos consagrados na lei que depois não são efectivados no terreno, nomeadamente na área laboral”.

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O secretário-geral do PCP, Jerónimo de Sousa, na manifestação desta tarde antónio PEDRO SANTOS/LUSA

O secretário-geral da CGTP, Arménio Carlos, defendeu neste sábado, durante uma manifestação nacional pelos direitos das mulheres, que esta é uma luta que se estende também aos homens porque nenhum “será verdadeiramente livre” quanto existirem mulheres discriminadas.

Uma delegação da intersindical CGTP esteve na baixa de Lisboa a saudar aqueles que participaram na manifestação nacional de mulheres, organizada pelo Movimento Democrático de Mulheres. Foram vários milhares de pessoas que se juntaram na Praça dos Restauradores, e marcharam pelas ruas da baixa de Lisboa.

Pelo caminho, Arménio Carlos saudava estas mulheres e homens e batia-lhes palmas, cumprimentando aqueles que o reconheciam. Em declarações à agência Lusa, o secretário-geral destacou que “há muito direitos consagrados na lei que depois não são efectivados no terreno, nomeadamente na área laboral”.

“Continuamos a ter as mulheres a serem discriminadas salarialmente, a continuarem a ser a maioria das trabalhadoras que ganham o salário mínimo nacional”, referiu, apontando que as mulheres “continuam a ser confrontadas com a precariedade, mas não só, também com o condicionamento, o impedimento da efectivação de direitos de maternidade e paternidade, inclusive de amamentação”, acrescentou o líder da CGTP.

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Arménio Carlos defendeu que “esta luta tem de continuar porque esta não é já só uma luta das mulheres, é uma luta de todos os homens e mulheres”, justificando que “o que está aqui em causa são direitos fundamentais para a evolução da sociedade”.

“E nenhum homem será verdadeiramente livre enquanto continuarmos a ter mulheres discriminadas”, vincou.

Questionado sobre o papel da CGTP nesta luta, o líder sindical assinalou que “enquanto esta situação se mantiver, a CGTP e os seus sindicatos tudo farão, por mais dificuldades que tenham pela frente, para concretizar aquilo que está na lei da contratação colectiva”.

“Ou seja, as pessoas, os trabalhadores e trabalhadoras têm deveres, cumprem com os meus deveres, [pelo que] têm razões acrescidas para exigirem o respeito pelos seus direitos”, frisou, acrescentando que “nenhum local de trabalho pode ser um local fechado ao exercício dos direitos individuais e colectivos, particularmente, neste caso em concreto, aos direitos das mulheres”.

Em causa está o acesso das mulheres “ao direito de amamentar os seus filhos, ao direito de pedir a flexibilidade do horário de trabalho para acompanhar os seus filhos, ao direito de exercer os seus direitos”, indicou.

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