No ringue luminoso da ModaLisboa, com Mavericks e ravers

Os desfiles da 52.ª edição da ModaLisboa começaram esta sexta-feira. Primeiro vieram a concurso os jovens criadores do Sangue Novo. A completar o dia estiveram nomes como Valentim Quaresma e Ricardo Preto.

Fotogaleria
Percorra a fotogaleria para ver alguns destaques do dia Ugo Camera
Fotogaleria
Carolina Raquel, vencedora do prémio ModaLisboa, do Sangue Novo Ugo Camera
Fotogaleria
Carolina Raquel, vencedora do prémio ModaLisboa, do Sangue Novo Ugo Camera
Fotogaleria
Carolina Raquel, vencedora do prémio ModaLisboa, do Sangue Novo Ugo Camera
Fotogaleria
Frederico Protto, vencedor do prémio melhor designer internacional, do Sangue Novo Ugo Camera
Fotogaleria
Frederico Protto, vencedor do prémio melhor designer internacional, do Sangue Novo Ugo Camera
Fotogaleria
Frederico Protto, vencedor do prémio melhor designer internacional, do Sangue Novo Ugo Camera
Fotogaleria
Archie Dickens, vencedor do prémio The Feeting Room, do Sangue Novo Ugo Camera
Fotogaleria
Archie Dickens, vencedor do prémio The Feeting Room, do Sangue Novo Ugo Camera
Fotogaleria
Archie Dickens, vencedor do prémio The Feeting Room, do Sangue Novo Ugo Camera
Fotogaleria
Duarte Ugo Camera
Fotogaleria
Duarte Ugo Camera
Fotogaleria
Duarte Ugo Camera
Fotogaleria
Carolina Machado Ugo Camera
Fotogaleria
Carolina Machado Ugo Camera
Fotogaleria
Carolina Machado Ugo Camera
Fotogaleria
Valentim Quaresma Ugo Camera
Fotogaleria
Valentim Quaresma Ugo Camera
Fotogaleria
Valentim Quaresma Ugo Camera
Fotogaleria
Ricardo Preto Ugo Camera
Fotogaleria
Ricardo Preto Ugo Camera
Fotogaleria
Ricardo Preto Ugo Camera

Nem todas as passerelles são criadas à mesma imagem. Umas estendem-se por um longo corredor, outras obrigam os manequins a ziguezaguear e outras quebram os moldes. Nesta edição da ModaLisboa, a sala de desfiles assemelha-se mais a um ringue, com um formato quadrado e uma construção luminosa no centro. Um cenário em linha com a competição de jovens talentos Sangue Novo, que deu o arranque para os três dias de desfiles, como é habitual. Ainda nesta sexta-feira, apresentaram as suas colecções criadores da plataforma Lab, bem como Valentim Quaresma e, a encerrar o dia, Ricardo Preto.

A 52.ª edição da ModaLisboa regressa ao Pavilhão Carlos Lopes, onde se instalou no final de 2017. No ano passado, a organização trocou as voltas ao Sangue Novo — em vez de uma apresentação semestral, o concurso passou a ser anual, com duas fases. Assim, esta sexta-feira apresentaram as suas colecções os seis criadores que foram seleccionados pelo júri há seis meses.

Três deles saíram premiados: O criador britânico Archie Dickens conquistou o prémio The Feeting Room, ganhando lugar na concept store portuguesa;  Federico Protto foi o vencedor do prémio melhor designer internacional, recebendo o convite para apresentar uma nova colecção na plataforma Workstation, na próxima edição da ModaLisboa, em Outubro; e Carolina Raquel recebeu o prémio ModaLisboa — e, assim, entrada num mestrado em Fashion Design, na Polimoda, em Florença, bem como uma bolsa de 5000 euros.

Para Carolina Raquel, criar uma marca própria é um objectivo de longo prazo. Antes disso quer aprender com as grandes casas internacionais. Durante o curso de design de moda no London College of Fashion, estagiou para criadores como Christopher Kane e Simone Rocha. “O meu plano é trabalhar em alta-costura e, depois de algum tempo, talvez criar a minha marca. Acho que é importante trabalhar na indústria, em vários países. Aprende-se muitas coisas válidas”, comenta ao CULTO.

A criadora elogia o novo formato do concurso. “Não nos deixam seis meses sozinhos. Ao longo destes seis meses fomos tendo algum apoio do júri. Há um acompanhamento que é muito útil”, conta. Em Dezembro, por exemplo, mostraram uma colecção desenhada e em Janeiro tiveram novamente uma reunião para mostrar as peças.

Já Federico Protto tem uma ideia alternativa para o seu percurso no mundo da moda. “Quero trabalhar mais com artistas performativos. Não tenho o plano de ser a marca”, atira. “Acho que os jovens designers já não deveriam aprender isso. Devem mas é aprender a serem criativos. E encontrar novas variações. Ter a sua própria voz e perceber onde podem trabalhar”, continua. O criador trabalha um pouco por toda a Europa. Além de dar aulas, e trabalhar com diferentes artistas em cidades como Liubliana e Budapeste, prepara-se para o lançamento em breve de uma revista associada à Universidade de Viena, da qual será director criativo.

O passado e o futuro na moda

Ana Duarte — criadora da marca Duarte — escolheu a Half Moon Bay, na Califórnia, como destino de Inverno. Não havia como enganar. A colecção de Outono/ Inverno reflecte as ondas do mar nos padrões azulados e o estilo relaxado dos surfistas que frequentam a zona revela-se nas peças desportivas com tecidos à prova de água. Alguns deles faziam até lembrar fatos de surf. O último manequim entrou na passerelle acompanhado por um cão semelhante àquele que deu o nome às ondas gigantes que tornaram a zona conhecida, o Mavericks.

Do mar, deu-se o salto para a noite. Mais concretamente, um misto da cultura dos ravers nos anos 90 e da cena actual de Berlim. Carolina Machado quis apresentar o “verdadeiro guarda-roupa de sair à noite”. Assim, cruzou os neons com os camiseiros, as redes com o vinil e o tie dye “psicadélico” com a alfaiataria.

Valentim Quaresma transformou peças de carros, mota e canalização numa colecção que olha para o futuro com “lembranças do passado”. Usando um termo mais actual, é uma colecção de upcycling. “É uma coisa que já trabalho quase desde o início da minha carreira. Desde miúdo, quando comecei a brincar com os materiais. Não é uma coisa recente no meu trabalho”, aponta o criador. A colecção é, por isso, o resultado de uma busca de materiais. “Vou à feira da ladra, coisas que me dão, coisas que encontro na Internet, no lixo”, conta o criador.

A fechar o primeiro dia de desfiles esteve Ricardo Preto, que jogou também com as noções de passado e futuro. “Esta colecção vive da ideia de escolher, não pensar no futuro, de ter a necessidade de fazer tudo, ainda hoje, antes do dia seguinte”, descreve o criador, em comunicado.

A ModaLisboa — que este ano decorre sob o tema “Insight” — continua até domingo, com um total de 31 colecções. No sábado desfilam nomes como Luís Carvalho e Awaytomars. Na quinta-feira, apresentaram as suas colecções cápsula quatro jovens criadores, nas Carpintarias de São Lázaro.

Sugerir correcção
Comentar