Governo anuncia mais 100 postos de carregamento rápido para carros eléctricos

Governo anuncia ainda que, a partir de 1 de Abril, operadores poderão instalar postos de carregamento em parques de estacionamento e centros comerciais.

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Dario Cruz/ARQUIVO

Até ao final do ano, o Governo vai disponibilizar 1,5 milhões de euros para apoiar a criação de mais 100 postos de carregamento rápido e, já a partir do dia 1 de Abril, será possível instalar carregadores em parques de estacionamento e centros comerciais.

O Governo anunciou nesta quarta-feira, em comunicado, que vai liberalizar o mercado do carregamento de carros eléctricos, o que significa que a partir do dia 1 de Abril os operadores vão poder ligar-se à rede Mobi.E e instalar carregadores de qualquer potência em espaços privados de acesso público em todo o país, como parques de estacionamento e centros comerciais.

“Se olharmos para a quantidade de parques de estacionamento por este país fora, o que estamos a dizer é que passamos a ter condições de enquadramento excelentes para multiplicarmos muito exponencialmente as oportunidades de carregamento de veículos eléctricos em Portugal”, explica ao PÚBLICO o Secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade, José Mendes, que acredita ainda que estas medidas permitirão alargar a cobertura geográfica da rede de carregadores no país.

Mas os proprietários destes veículos também saem beneficiados, visto que “as pessoas que estacionam nestas áreas e que vão fazer compras ou ao cinema vão poder deixar os carros a carregar”, acrescenta José Mendes.

Mais 100 postos de carregamento rápido

O Governo vai disponibilizar ainda 1,5 milhões de euros para apoiar, a fundo perdido, a instalação de carregadores rápidos. Os operadores de pontos de carregamento que se candidatarem a este programa de financiamento poderão ter um apoio de até 50% do valor do carregador, com um limite de 15 mil euros.

“Feitas as contas, vamos ter até ao final do ano mais 100 carregadores rápidos na rede pública em Portugal”, diz José Mendes, o que significa quase triplicar a oferta actual, segundo o governante.

Também até ao final do ano (apesar de não existir ainda uma data concreta), os carregamentos não-rápidos em espaços públicos vão passar a ser pagos – à semelhança do que acontece, desde Novembro de 2018, com os carregadores rápidos. Por enquanto, o Governo encontra-se a “testar a tecnologia, os procedimentos de pagamento e facturação e de ligação ao sistema Mobi.E”​ deste tipo de carregamento, de forma a assegurar que não há uma “ruptura do serviço”, nota o secretário de Estado, antes de avançar com o pagamento dos carregadores lentos.

Porém, o Governo rejeita que o futuro pagamento dos carregamentos em todos os postos possa vir a constituir um desincentivo à compra de carros eléctricos. “Naturalmente ninguém teria a expectativa de que a energia que faz mover o veículo fosse gratuita toda a vida”, nota José Mendes. “Na verdade, ela não é gratuita. Quando carregam gratuitamente num posto da rede pública alguém está a pagar a energia eléctrica”, acrescenta, à semelhança do que acontece nos carregamentos em casa.

Pelo contrário, o secretário de Estado acredita que o facto de colocarem “a energia a pagamento” pode ser até um incentivo à abertura do mercado e ao investimento do sector privado na rede de carregamento eléctrico, com impacto ainda ao nível das condições concorrenciais. “Os operadores de pontos de carregamentos não vão instalar redes com escala, dimensão e cobertura geográfica se não puderem cobrar a rede de energia eléctrica porque eles naturalmente têm o seu modelo de negócio”, diz José Mendes.

Agora, arrumada a questão legal, existem já operadores interessados em investir. “Nós temos ouvido o sector e temos conhecimento de intenções de investimento volumosas e importantes, por exemplo, de operadores de parque de estacionamento que aguardavam justamente esta liberalização progressiva do mercado”, assegura o secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade.

Esta é a “boa notícia”, segundo José Mendes, criando-se “condições para termos uma rede bastante alargada” de pontos de carregamento para fazer face à crescente procura destes veículos. Nos dois primeiros meses do ano, face ao período homólogo de 2018, as vendas de veículos eléctricos quase triplicaram em Portugal, segundo dados divulgados pela secretaria de Estado. 

“Há uma grande adesão porque as pessoas sabem que, mesmo pagando a energia o que é absolutamente normal e natural, é muito mais barato, em termos de consumo, um veículo eléctrico do que um veículo a combustão”, conclui José Mendes.

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