FC Porto tem uma vida antes do “game over” e esta vale 10,5 milhões

O duelo com a Roma está marcado para esta quarta-feira às 20h, no Dragão. Os portistas precisam de vencer, enquanto os italianos jogam com os três resultados possíveis.

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O treino dos "dragões" na preparação do jogo decisivo frente à Roma. LUSA/ESTELA SILVA

O FC Porto ainda tem uma "vida para gastar" na Liga dos Campeões. Se não fizer “game over”, nesta quarta-feira, frente à Roma, serão 10,5 milhões de euros em caixa e a sensação de que a “ferida” da recente perda da liderança, na Liga portuguesa, será sarada pela panaceia presente nas “notas” europeias. Acima disto, a presença nos quartos-de-final da Champions, reservada às oito melhores equipas europeias, permite aos "dragões" subir a um patamar ao qual só chegaram duas vezes na última década. E isto será, certamente, um bom bálsamo para “sarar de ferida”.

Antes de falar do que pode vir, importa falar do que certamente virá. E o que virá é uma Roma em vantagem na eliminatória – traz um 2-1 da capital italiana –, que tem de salvar a fraca temporada a nível interno com um bom desempenho na Europa e que, tal como o FC Porto, quer sarar a “ferida” aberta pela recente derrota no clássico romano, frente à Lazio, por uns dolorosos 3-0. A imprensa diz que o emprego do treinador Eusebio Di Francesco está dependente desta eliminatória, pelo que um “game over” europeu, aos pés do FC Porto, deverá ser, também, um “game over” profissional para o italiano.

A parte boa, para os romanos, é que jogam com três resultados – uma vitória, um empate ou até uma derrota por margem mínima (com golos marcados) poderão chegar para seguir em frente. Já o FC Porto tem, obrigatoriamente, de vencer o jogo, ainda que uma vitória por 1-0 seja suficiente, fruto do golo marcado por Adrián, na capital italiana.

A nível estatístico, este duelo tem uma curiosidade que não abona a favor da equipa portuguesa. O FC Porto tem sido a equipa em campo com mais domínio a nível de jogo aéreo e tem aproveitado essa capacidade para fazer golos de bola parada e em cruzamentos. O problema é que a única equipa da Champions superior aos "dragões" neste capítulo é, precisamente, a Roma. Um alerta de que a solução habitual, nesta quarta-feira, pode não ser a melhor.

Uma Roma “mandona” fora de casa

É certo que os jogos da fase de grupos têm um cariz diferente de uma eliminatória na qual até se está em vantagem, mas há alguns dados sobre a Roma que devem ser tidos em conta: os romanos, a jogar fora de casa, fazem quase tantos remates por jogo (14) como o FC Porto faz a jogar em casa (15). Mais: a equipa de Di Francesco é a oitava equipa que mais joga no meio-campo adversário, jogando longe do Olímpico de Roma, o que permite prever uma pressão constante à primeira fase de construção portista, por um lado, e procura de um golo que “mate” a eliminatória no Dragão, por outro.

Ainda assim – e porque as estatísticas não dizem tudo –, a Roma até nem tem sido particularmente feliz nos resultados fora (perdeu com o Real Madrid e, apesar de já apurada, vacilou em casa do Plzen), enquanto o FC Porto é, até agora, invencível nos jogos europeus feitos no Dragão. Historicamente, destaque para o facto de os "dragões" serem relativamente bem sucedidos quando se trata de virar derrotas por 2-1 nas primeiras mãos: viraram três das seis em que estiveram nessa posição.

A nível individual, o jovem prodígio Zaniolo já mostrou ao que vem, com o bis na primeira mão, e dispensa pormenores estatísticos. Já Dzeko é, entre golos (cinco) e assistências (três), o jogador mais decisivo desta edição da Champions, enquanto Lorenzo Pellegrini é o jogador em prova com mais passes para finalização por jogo.

Na antevisão da partida, Eusebio Di Francesco, treinador da Roma, não escondeu o jogo e avançou que não deverá levar ao Dragão um sistema diferente. “O plano, para já, é irmos no 4x3x3 habitual. Ainda vamos avaliar melhor, mas, por enquanto, a ideia é esta”, declarou.

Do outro lado, e ao contrário do que aconteceu em Roma, Sérgio Conceição já poderá contar com Marega, jogador fundamental na equipa portista, e Corona, que tem sido, a lateral ou extremo, um habitual titular nos "dragões". Estes dois “reforços” fizeram metade dos golos portistas na prova: cinco do maliano e três do mexicano.

E foi precisamente sobre golos que Conceição falou na antevisão da partida. Golos necessários, mas que não apelam à pressa: “Temos de ganhar o jogo, mas não há pressa. Temos de ser eficazes, porque chegar com perigo ao último terço e ter oportunidades de golo temos em todos os jogos. Temos é de ser eficazes”.

United com missão hercúlea

Em Inglaterra, há um português a ter de fazer pela vida. O Manchester United, de Diogo Dalot, tem de virar um 2-0 sofrido em casa, às mãos do PSG. A missão, já por si a roçar o hercúleo, torna-se ainda mais árdua se considerarmos que Paul Pogba, expulso em Manchester, não poderá jogar. E ao francês juntam-se Alexis, Mata, Herrera, Matic, Valencia, Lingard, Darmian e Jones ausentes devido a lesão.

No PSG, Neymar e Cavani também são baixas certas, mas a missão dos ingleses afigura-se complicada, com a necessidade de fazer, pelo menos, dois golos em Paris.

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