Marcelo chega confiante a Angola e considera "uma insignificância" notícias sobre bairro Jamaica

Logo depois das primeiras declarações aos jornalistas no aeroporto, Marcelo quebrou o protocolo e o programa e foi sentar-se na bancada vip do carnaval local.

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Marcelo chegou a Luanda para uma visita oficial LUSA/LUÍS FORRA

O Presidente português, Marcelo Rebelo de Sousa, chegou esta terça-feira a Angola manifestando-se confiante no futuro das relações bilaterais e considerou "uma insignificância" as notícias sobre os contactos ministeriais na sequência dos incidentes no bairro Jamaica, no Seixal.

Em declarações aos jornalistas no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro, em Luanda, Marcelo Rebelo de Sousa afirmou que regressa a Angola com "uma confiança baseada nos passos dados" nos últimos meses no plano político e diplomático, que no seu entender "são muito sólidos, são muito firmes, são muito concretos e que permitem apontar para o futuro com essa confiança".

Relativamente às notícias sobre se houve ou não, nos contactos entre ministros dos Negócios Estrangeiros, um pedido de desculpa de Portugal a Angola na sequência dos incidentes registados em Janeiro no bairro Jamaica, maioritariamente habitado por população de origem angolana, o chefe de Estado português considerou que se trata de "uma insignificância".

"Verdadeiramente, o que neste momento é significativo não são os irritantes do passado, nem os insignificantes do presente, são os importantes do futuro. E os importantes do futuro são as questões concretas da vida das angolanas e dos angolanos, das portuguesas e dos portugueses, desse somatório de entre 200 mil a 300 mil que vivem cruzados nos dois territórios e que têm problemas concretos", contrapôs.

Marcelo Rebelo de Sousa defendeu que "a diferença entre um político e um estadista é que o político prende-se aos irritantes e aos insignificantes e o estadista olha para os importantes".

Perante a insistência da comunicação social neste tema, Marcelo Rebelo de Sousa acrescentou: "É uma insignificância. E a importância está naquilo que estamos a construir, já construímos e vamos construir no futuro".

O chefe de Estado português, que aterrou em Luanda pelas 16:50 locais (15:50 em Lisboa), declarou estar "muito feliz" por voltar a Angola, agora em visita de Estado, um ano e meio depois de ter estado na posse do Presidente angolano, João Lourenço. Na altura, disse, veio com "expectativa e esperança relativamente a um novo ciclo político nas relações entre os povos e os Estados irmãos".

Agora, o estado de espírito é de "confiança no futuro partilhado, no futuro comum", e isso deve-se ao trabalho político e diplomático desenvolvido desde então, referiu.Marcelo Rebelo de Sousa assinalou a visita do primeiro-ministro português, António Costa, a Luanda, que "foi essencial", bem como a "visita histórica" de João Lourenço a Portugal e elogiou em particular o trabalho dos ministros dos Negócios Estrangeiros. "Esse trabalho, como se verá nos próximos dias, deu frutos. E esses frutos permitem a confiança", reforçou.

Do aeroporto para o carnaval

Mal saiu do aeroporto, Marcelo Rebelo de Sousa quebrou o protocolo ao deslocar-se inesperadamente para a bancada vip do carnaval angolano, gerando grande confusão entre as equipas de segurança e os jornalistas que acompanham o Presidente português na visita a Angola.

Acompanhado do ministro das Relações Exteriores de Angola, Manuel Augusto, o chefe de Estado português foi levado para a quarta fila da bancada vip onde permaneceu, inesperadamente também, completamente discreto, sem que a multidão notasse a sua presença.

Com o pôr do sol de frente para a bancada, Marcelo assistiu ao desfile durante cerca de 30 minutos, na companhia do governador da província de Luanda, Sérgio Luther Rescova. Dali seguiu para um hotel em Luanda, de onde partirá para o jantar do sexagésimo quinto aniversário do seu homólogo angolano, João Lourenço, de quem é convidado.

A visita de Estado de Marcelo Rebelo de Sousa a Angola começa oficialmente na quarta-feira, tendo de manhã um encontro em privado com João Lourenço.

 

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