Ana Gomes: “Esmifram-se para prender” Rui Pinto, mas deixam Salgado “à solta”

Socialista mostra-se indignada pelo facto de "criminosos e corruptores do gabarito de Ricardo Salgado" serem deixados "à solta".

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Eurodeputada já tinha falado do caso Rui Pinto em Janeiro Rui Gaudencio

A eurodeputada socialista Ana Gomes voltou a recorrer às redes sociais para criticar a actuação da Justiça portuguesa no caso da detenção e extradição de Rui Pinto, comparando-a ao caso de Ricardo Salgado, antigo presidente do Banco Espírito Santo (BES). O hacker português soube, esta terça-feira, da intenção da Justiça húngara de o extraditar para Portugal. A equipa de defesa do português recorreu da decisão

No Twitter, a eurodeputada fez duas publicações na tarde desta terça-feira. Numa dessas publicações, criticou o facto de as autoridades portuguesas se estarem a esforçar para prender o pirata informático Rui Pinto, mas deixarem “tranquilitos e à solta criminosos e corruptores do gabarito de Ricardo Salgado e capangas”. 

Pouco depois de ter feito a primeira publicação, a eurodeputada questionou o facto de as autoridades portuguesas terem emitido um mandado de detenção europeu, afirmando que, antes disso, o mandado emitido deveria ser de âmbito nacional. 

Ana Gomes já tinha falado do caso Rui Pinto em Janeiro — logo após a detenção do hacker. Também no Twitter, Ana Gomes afirmou que o português tinha exposto “corrupção bem entrincheirada” e, por essa razão, deveria ser referido como um “whistleblower" (denunciante) em vez de pirata informático. 

Ricardo Salgado é um nome que consta como arguido em vários processos judiciais, entre os quais se inclui a Operação Marquês. Nele, o Ministério Público acusou Ricardo Salgado de 21 crimes de natureza económico-financeira, nomeadamente corrupção activa de titular de cargo político, corrupção activa, branqueamento de capitais, abuso de confiança, falsificação de documento e fraude fiscal qualificada.

O Ministério Público imputa a Rui Pinto dois crimes de acesso ilegítimo, dois de violação de segredo, um de ofensa a pessoa colectiva e ainda uma tentativa de extorsão. No total são seis crimes, nenhum dos quais envolvendo o Benfica ou o FC Porto.

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