Presidente da República destaca qualidade do ensino militar

Em mais um aniversário do Colégio Militar, Marcelo confessou não ter sido apóstolo da abertura daquela instituição a alunos do sexo feminino.

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O Presidente da República e o ministro da Defesa assistem ao desfile do aniversário do Colégio Militar LUSA/RODRIGO ANTUNES

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, destacou este domingo a "elevada qualidade" do ensino militar em Portugal, no dia em que presidiu, em Lisboa, às comemorações do 216.º aniversário do Colégio Militar.

"É um ensino de grande qualidade. O Colégio Militar é uma instituição demonstrativa dessa qualidade, não é a única", destacou o Comandante Supremo das Forças Armadas, em declarações após a cerimónia. Marcelo salientou que a qualidade do ensino militar é reconhecida internacionalmente, na Aliança Atlântica, União Europeia e Nações Unidas. "Nas missões que desempenhamos lá fora, todos admiram e louvam a qualidade do nosso ensino militar", comentou, referindo-se às Forças Nacionais Destacadas em missões internacionais.

Sobre as comemorações do aniversário do colégio, a que assistiram centenas de pessoas entre o Marquês de Pombal e a Avenida da Liberdade, Marcelo destacou o seu simbolismo. "Une gerações e gerações, antigos alunos, actuais alunos, que ficam marcados para sempre por uma experiência única, de formação, de educação, de sentido cívico e amor à pátria", salientou.

Questionado se a abertura a alunos do sexo feminino, desde 2013, mudou a instituição, Marcelo comentou não ter sido "apóstolo dessa solução", mas reconheceu a capacidade do colégio de se continuar a afirmar como "grande instituição", depois de integrar o Instituto de Odivelas, até então apenas destinado a ensino feminino. "Está de parabéns o Colégio Militar, porque é hoje o que é com um ensino misto, mantendo a qualidade e com uma capacidade de preparar o futuro excepcional", destacou.

Recorda-se que em Junho de 2016, o subdirector do colégio, tenente-coronel António Grilo, foi substituído por ter assumido a existência, entre alunos, de situações de exclusão em função da orientação sexual. “Nas situações de afectos [homossexuais] falamos com o encarregado de educação para que perceba que o filho acabou de perder espaço de convivência interna e a partir daí vai ter grandes dificuldades de relacionamento com os pares. Porque é o que se verifica, são excluídos”, afirmou ao Observador

A demissão de Grilo teve um efeito cascata, com a saída do general Carlos Jerónimo de chefe do Estado-Maior do Exército (CEME) em desacordo com a substituição da direcção do colégio, no que foi o primeiro de uma série de choques de militares com o ex-ministro da Defesa, Azeredo Lopes. A nomeação do general Rovisco Duarte como CEME não foi tranquila e este viria a demitir-se, entre críticas dos seus pares, na sequência do assalto a Tancos. 

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