Arquitectura

Uma casa dinâmica para “dar liberdade” a uma família

António Ataíde
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António Ataíde

Quando os Sizaret procuravam uma nova casa em Portugal, já “sabiam o que queriam”. A família franco-alemã, composta por um casal e três filhos, encontrou um lote em Leça da Palmeira propício a albergar a casa que imaginavam. André Camelo foi o arquitecto responsável pelo projecto, que arrancou em 2016 e foi concluído em 2018, apoiando-se num diálogo constante com a família para conceber uma casa que se adaptasse às necessidades dos Sizaret.

Para o arquitecto de 43 anos, foi este diálogo que moldou o processo até alcançar a casa que vemos hoje na Rua dos Heróis de África. Habituada a projectos do género, Nicole Sizaret partilhou aspectos que gostaria de ter na nova casa. Para ela, o importante era um edifício que atendesse às sensações. “Houve grande abertura da parte deles”, refere o arquitecto, que viu neste projecto um maior contacto com o cliente do que noutros trabalhos.

Segundo André Camelo, a “fluidez e a sobriedade” da casa dão vida ao edifício e distinguem-no dos restantes da rua onde se insere. O arquitecto pensou os quartos, escritório, pátio, entrada, jardim e demais espaços para dar liberdade à família. Estes dois conceitos surgem associados à luz e à escala para dar aos Sizaret um “espaço aberto” que estabeleça uma relação entre o interior e o exterior. A casa, descreve o arquitecto, adapta-se ao estado de espírito de cada um dos membros da família, que podem facilmente saltar de um espaço soalheiro para um mais sombrio. “Não é uma casa monocórdica”, diz — até pelo uso de materias diversos, desde a madeira ao betão e ao aço.

Onde agora reside a família Sizaret encontrava-se antes uma casa com mais de 80 anos que não resistiu ao passar do tempo. Para o arquitecto, “houve um aproveitamento significativo” da casa abandonada, mas vários aspectos do edifício dos anos 30 tiveram de ser completamente modificados, com destaque para a disposição e para a extensão do próprio espaço.

A Consultoria em Reabilitação, Engenharia e Arquitetura (CREA), responsável pela reabilitação, foi premiada em 2017 pelo trabalho no Instituto Araújo Porto. A Casa Heróis de África foi considerada uma das 100 melhores casas de 2018 pela plataforma Archdaily Brasil e foi mencionada no jornal online do The American Institute of Architects.

António Ataíde
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