A dois dias do Carnaval, sambódromo do Rio de Janeiro pode não abrir

O espaço já está por norma interditado a grandes eventos. Os desfiles das escolas de samba só poderão acontecer se lhes for concedida uma "autorização especial".

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O Carnaval atrai todos os anos milhares de pessoas à cidade CHRISTOPHE SIMON

O Ministério Público (MP) do Rio de Janeiro, Brasil, pediu na quinta-feira a interdição do famoso sambódromo da Marquês de Sapucaí, que todos os anos acolhe o Carnaval brasileiro e os desfiles das escolas de samba; a dois dias do feriado de Carnaval, a razão invocada é a falta de segurança.

Para averiguar se o espaço pode ser utilizado, o MP pediu a um corpo técnico com peritos em engenharia que fizesse uma inspecção para “verificar se o local reúne condições de segurança adequadas a receber evento de tamanha magnitude” e decidiu que não reunia – entre os argumentos estavam instalações eléctricas improvisadas, com fios baralhados, ou disjuntores sem identificação.

Ainda assim, os bombeiros podem fazer uma vistoria às instalações e poderão então dar um parecer técnico que permita a realização do evento no sambódromo, dando-lhe “autorização especial” para que os desfiles possam acontecer, refere o jornal Folha de São Paulo. O jornal Globo acrescenta que o sambódromo já está, por norma, interditado a eventos e só pode funcionar quando lhe é concedida esta autorização especial por parte dos bombeiros.

Além da autorização dos bombeiros, o Ministério Público do Rio de Janeiro pede que o sambódromo só abra se for assinado um termo de responsabilidade pelos presidentes da agência municipal de turismo RioTur e da Liga Independente das Escolas de Samba (Liesa).

“Em verdade, o não atendimento às normas legais e normativas técnicas exigidas pelo corpo de bombeiros remonta à construção do sambódromo e demonstra efectivo descaso do poder público municipal e da Liesa com a vida e segurança de todos aqueles que utilizam o local durante o período de Carnaval”, lê-se no parecer técnico.

O Ministério Público do Rio de Janeiro ressalva ainda que o local deve cumprir o Código de Segurança Contra Incêndio e Pânico do Estado do Rio – sobretudo por ser frequentado por grande público. Este sambódromo tem capacidade para mais de 70 mil pessoas.

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