Para já, as grandes esperanças portuguesas na conquista de medalhas nos Europeus de atletismo em pista coberta continuam de pé. Nelson Évora, Susana Costa e Patrícia Mamona apuraram-se para as respectivas finais do triplo salto da competição que decorre em Glasgow, depois de nesta sexta-feira terem superado as qualificações.

As triplistas, ainda assim, fizeram provas distintas: Susana Costa conseguiu a segunda melhor marca da qualificação, com 14,28m — bateu o seu recorde pessoal em pista coberta —, enquanto Patrícia Mamona só conseguiu o melhor salto (14,11m, ainda longe do seu recente recorde nacional, que é de 14,44m) na última tentativa, depois de um nulo a abrir e de uma marca modesta no segundo ensaio.

Susana Costa, satisfeita com o resultado, reconheceu que “não esperava a qualificação logo no primeiro salto” e falou de “uma marca que já esperava há algum tempo”, enquanto Patrícia Mamona abordou o medo dos saltos nulos: “O nulo foi por muito pouco e acusei um pouco a pressão. Tentei marcar — foi o que fiz no segundo —, mas não estava segura. No último, foi seguir mais rápido, apesar de ter medo de fazer nulo e mal toquei na tábua.”

A actual vice-campeã da Europa mostrou-se, contudo, descontraída e confiante em relação a domingo. “A final é a parte mais fixe e mais engraçada, pois todas temos seis saltos e é para arriscar. Aí [na final], ninguém tem medo de fazer nulos”, acrescentou Mamona, que procura melhorar a prata conquistada nos últimos Europeus.

Já em sessão nocturna, Nelson Évora, a defender o título europeu, ficou na primeira posição da qualificação masculina, após saltar 16,89m, à segunda tentativa. Esta marca permitiu ao português superar o mínimo de 16,70m, registo que garantia um lugar na final. O alemão Max Hess e o azerbaijano Nazim Babayev foram os que mais se aproximaram da marca do português (que nem precisou de realizar a terceira tentativa), mas ficaram, ainda assim, a oito centímetros da melhor marca da noite.

Évora será, porventura, a grande esperança nacional na conquista de uma medalha nestes Europeus, apesar de pouco ter competido neste início de temporada.

Boa surpresa no peso

No lançamento do peso, Francisco Belo superou as expectativas e ficou perto de subir ao pódio — chegou à final como outsider, mas conseguiu contornar esse estatuto e ficar em quarto lugar, muito perto das medalhas. Belo lançou 20,97m, bateu o recorde pessoal por sete centímetros e igualou o resultado de Tsanko Arnaudov há dois anos.

Quem nem pôde lutar pelas medalhas foi o recordista nacional Tsanko Arnaudov. O melhor lançamento do português só chegou para o 12.º lugar na qualificação. Nota ainda para os desempenhos modestos de Cátia Azevedo (400m), Paulo Rosário (1500m) e Emanuel Rolim (1500m), todos afastados nas eliminatórias das respectivas provas.

Neste sábado, há participação portuguesa nas provas mais curtas de velocidade. Lorene Bazolo, Carlos Nascimento e Ancuiam Lopes poderão ir à final de 60 metros ainda esta noite, em caso de sucesso na qualificação matinal, enquanto Rasul Dabo, se ultrapassar as eliminatórias, voltará a correr apenas no domingo.