Milhares de passageiros de vários países afectados pelo fecho do espaço aéreo do Paquistão

A escalada de tensão entre o Paquistão e a Índia levou o Paquistão a encerrar o espaço aéreo. A decisão levou ao cancelamento de voos e alterações de rotas que estão a afectar milhares de passageiros.

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Milhares de voos de vários países estão a ser afectados devido ao encerramento do espaço aéreo paquistanês. A decisão de encerrar o espaço aéreo foi tomada esta quarta-feira depois de dois aviões da Força Aérea Indiana terem sido abatidos. Nos últimos dias, assistiu-se a uma escalada de tensão entre a Índia e o Paquistão a propósito da região de Caxemira.

A Thai Airways cancelou mais de uma dúzia de voos com partida e destino à Europa. Voos entre Banguecoque e Londres, Munique, Paris, Bruxelas, Milão, Viena, Estocolmo, Zurique, Copenhaga, Olso e Frankfurt foram afectados, informou a companhia aérea tailandesa em comunicado. 

Pelo menos cinco mil pessoas ficaram retidas no aeroporto em Banguecoque, na Índia, detalha a agência de notícias Reuters. 

Para além dos passageiros com voos domésticos e internacionais com partida e chegada do Paquistão, milhares de pessoas estão a ser afectadas pelas companhias que voam através do espaço aéreo paquistanês, uma das principais rotas entre o sudoeste asiático e a Europa.

Num comunicado publicado na rede social Facebook, a Thai Airways informou que “os passageiros que possuam bilhetes em rotas afectadas pelo cancelamento dos voos podem alterar o itinerário” sem custos adicionais. Foi também criado um centro de ajuda no aeroporto.

O encerramento do espaço aéreo está também a afectar os voos da Singapore Airlines. A companhia aérea explicou que dois voos entre Singapura e Londres vão ter de reabastecer no Dubai e em Bombaim. Há ainda registo de voos desviados e cancelados nesta companhia.

Para atenuar os efeitos do encerramento do espaço aéreo paquistanês, a China deu permissão a uma dúzia de voos agendados para esta quinta-feira com destino à Europa. No entanto, os passageiros terão de aguardar até sexta-feira para conseguir embarcar.

Uma comparação publicada no Twitter pelo site FlightRadar24, que monitoriza os voos ao minuto em todo o mundo, mostra como o encerramento está a afectar o tráfego. 

Este é o segundo dia em que o Paquistão mantém o tráfego aéreo encerrado, em resposta à crescente tensão militar.

Além de confirmar o abate de dois dos seus aviões de combate, o Governo indiano exigiu a libertação imediata do seu piloto e desmentiu a versão paquistanesa, garantindo que os bombardeamentos atingiram “instalações militares”.

As reivindicações em torno de Caxemira deram origem a duas guerras, em 1947 e 1965, entre as duas antigas colónias britânicas. A elas soma-se um curto conflito em 1999. Nos últimos 20 anos, os dois países desenvolveram armas nucleares, mas as crises fronteiriças nunca chegaram a guerras de larga escala. Na Caxemira indiana vivem cerca de dez milhões de pessoas, enquanto na Caxemira paquistanesa o número não ultrapassa os quatro milhões.

Na origem da recente escalada de tensões está um atentado suicida reivindicado por insurgentes do Paquistão que matou 40 militares indianos, a 14 de Fevereiro.

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