Lucro da EDP Renováveis subiu 14% para 313 milhões

Receitas recuaram em 2018 para 1697 milhões de euros com a descida do preço médio de venda da electricidade, apesar do aumento da capacidade instalada. Empresa vai pagar dividendo de sete cêntimos por acção.

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João Manso Neto na assinatura do acordo de financiamento entre a EDP e o Banco Europeu de Investimento (BEI) para a construcção do projecto Windfloat Atlantic, em Viana do Castelo Rui Gaudêncio

Os resultados líquidos da EDP Renováveis subiram 14% para 313 milhões de euros em 2018, embora as receitas tenham recuado 7%, para 1697 milhões de euros, devido à queda do preço médio de venda da energia (que caiu 9%), de acordo com a informação divulgada esta quarta-feira pela empresa liderada por João Manso Neto.

Em contrapartida, os custos operacionais aumentaram 6%, para 589 milhões. O lucro antes de juros, impostos, depreciações e amortizações (EBITDA) caiu 5% para 1300 milhões de euros.

A capacidade de produção instalada da empresa da EDP para as energias limpas voltou a aumentar em 2018 (826 MW, com metade do crescimento a verificar-se na América do Norte) e atingiu 11.7 GW em 11 países (dos quais 11.3 GW contribuem integralmente para os resultados e 317 MW são contabilizados pelo método de equivalência patrimonial).

A produção de energia limpa aumentou 3% em comparação com ano anterior (27.7TWh), principalmente devido às adições de capacidade instalada, o que se traduziu num contributo de mais 38 milhões de euros para os resultados. Em sentido inverso, a queda do preço médio de venda teve um impacto negativo de 71 milhões.

A EDP Renováveis refere que o preço médio de venda totalizou 54 euros por megawatt hora (MWh) devido a impactos cambiais e a menores preços na Europa (essencialmente em Espanha, Polónia e Roménia) e América do Norte.

Em Dezembro de 2018, a dívida líquida da EDP Renováveis era superior em 254 milhões de euros ao montante registado no final de 2017, totalizando 3060 milhões de euros. Segundo a empresa, 2872 milhões de euros são relativos a activos em operação e outros 188 milhões estão relacionados com activos em construção e desenvolvimento.

A EDP Renováveis destacou que os encargos financeiros líquidos caíram para 220 milhões de euros no ano passado (face aos 302 milhões de euros em 2017).

O conselho de administração da empresa vai propor aos accionistas o pagamento de um dividendo de sete cêntimos por acção (num total de 61,1 milhões de euros). A EDP tem 83% do capital da EDP Renováveis e a gestora de activos MSF tem 3%, sendo os únicos accionistas de referência.

Citado em comunicado, João Manso Neto afirmou que os resultados de 2018 “reflectem a sólida gestão financeira da empresa, que beneficiou de um desempenho interanual estável dos custos de juros líquidos, de uma redução das despesas com parcerias institucionais e lucros da alienação de participações em projectos offshore”.
 

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