Portugueses usam a Internet para poucas coisas, mas não abdicam de falar de política

Estudo da OCDE apresentado esta terça-feira diz ainda que os portugueses não sabem utilizar os sites governamentais.

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Marcus Butt/Getty Images

Quando o assunto é saúde, os portugueses não hesitam em pesquisar informações na Internet e fazem-no com mais frequência do que os restantes países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Económico (OCDE). É essa uma das conclusões de um estudo que comparou os hábitos digitais entre os países europeus. O relatório Como é a vida na era digital? (How’s life in the digital age?), divulgado esta terça-feira, mostra também que os portugueses partilham mais a sua opinião política nas redes sociais do que a média dos 36 países analisados.

O estudo olha para 11 dimensões que afectam o bem-estar da população, nomeadamente no que diz respeito aos salários, riqueza, habitação, saúde, qualidade ambiental, segurança pessoal e o equilíbrio entre a vida e o trabalho. Ao mesmo tempo, o relatório avalia o impacto da transformação digital nestas dimensões.

O estudo conclui que existem impactos positivos em relação à produtividade e à expansão dos limites da informação, uma vez que disponibilizam acesso a serviços a um preço reduzido e tornar as actividades mais eficientes. Por outro lado, admite consequências negativas, como o aumento do bullying online ou a falta de segurança e desinformação.

De acordo com os dados recolhidos pela OCDE, em média, 76,9% das casas portuguesas têm ligação à Internet. O consumo de Internet dos portugueses aumentou para mais do dobro comparativamente a 2005.

Apesar deste aumento no consumo digital, o relatório revela que existem limitações e desigualdades na utilização desta ferramenta. Enquanto uma minoria da população consegue usar à Internet para uma ampla diversidade de tarefas, a maioria usa-a de uma forma muito limitada.

Comparando aos restantes países da OCDE, lote que inclui Estados Unidos, Coreia do Sul, Canadá e a maioria dos países europeus, os portugueses demonstram que têm pouca capacidade de consultar sites do Governo. Além disso, os internautas portugueses também dão conta de mais falhas de segurança e de violação e privacidade do que os restantes países analisados.

A educação digital nas escolas também é vista como um potencial em crescimento, especialmente no que diz respeito aos recursos digitais disponibilizados nos espaços académicos, que estão longe dos países com melhor desempenho na OCDE.

Por outro lado, a falta de competências dos professores em tecnologias de informação também é assinalada como uma das fraquezas, com níveis muito próximos dos piores registados na Europa.

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