Tesouros digitais

A generosidade digital é discutivelmente a melhor coisa do tempo presente.

Que diria se o Metropolitan Museum of Art oferecesse tudo o que tem publicado ao longo dos últimos 50 anos? O melhor é ir ao site do Met para ver se é verdade. Porque é: são 1675 títulos e todos eles podem ser consultados e lidos online. Muitos podem ser descarregados como PDF. Fica-se instantaneamente com uma boa biblioteca da história da arte.

O serviço de busca é muito bom. Põe-se lá "Portugal" e aparecem quatro livros e um artigo, todos aliciantes. A partir daí começa-se a seguir a pista de um dos livros (Oribe and the Arts of Sixteenth-Century Japan) e eis-nos a deliciarmo-nos com coisas que doutra forma não veríamos.

A generosidade digital é discutivelmente a melhor coisa do tempo presente. Uma pessoa sem universidade e sem dinheiro tem acesso a uma vasta biblioteca que em tempos nada distantes estava reservada apenas para uma pequena minoria sortuda.

Um site fabuloso que incita à criatividade é o do Rijksmuseum. Permite brincar com obras-primas. Parece uma idiotice mas não é porque põe-nos a prestar atenção. O segredo é estar muito tempo a olhar para uma imagem até se começar a reparar no que só se deixa ver com vagar.

Porque não começar por Rembrandt, pelas obras mais tardias, por exemplo? Acompanhe-se com The Age of Rembrandt: Dutch Paintings In The Metropolitan Museum of Art descarregado do Met.

Ao princípio custa conquistar o nosso excesso de reverência – quem somos nós para estar a zoomar uma obra de Rembrandt? –,​ mas o prazer da proximidade toma conta de nós e acabamos absortos, rendidos.

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