Cavaco diz que PCP e BE têm "vindo a esmorecer" na exigência de saída do euro

Ex-chefe de estado interveio na Academia Política Calvão da Silva, organizada pela JSD-Coimbra.

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Cavaco Silva e Passos Coelho participam na iniciativa da JSD-Coimbra Sérgio Azenha/Lusa
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Cavaco Silva e Passos Coelho participam na iniciativa da JSD-Coimbra Sérgio Azenha/Lusa

O ex-Presidente da República Cavaco Silva disse nesta sexta-feira que PCP e Bloco de Esquerda, entre outras forças políticas europeias, têm vindo a esmorecer nas exigências de saída do euro, devido ao exemplo do "Brexit".

"As vozes que reclamavam a saída do euro têm vindo a esmorecer - e de que são exemplos a Frente Nacional em França, a Liga do Norte em Itália e em Portugal o Partido Comunista e o Bloco de Esquerda. O drama do 'Brexit' e a evidência das dificuldades e custos para os britânicos têm-lhes servido de exemplo", afirmou Cavaco Silva, numa intervenção na Academia Política Calvão da Silva, que começou nesta sexta-feira em Coimbra.

Cavaco Silva lembrou uma reflexão sua num Conselho de Estado em que participou sobre se Portugal perdia muito ou pouco com a saída do Reino Unido da União Europeia, concluindo que o país está "na média ou abaixo da média da União Europeia no seu conjunto em termos de custos do 'Brexit'".

"Países como a Irlanda, Dinamarca, Chipre e Malta e a Holanda, esses sim, perdem muito. Nós estamos, de facto, na média. E eu confio que os nossos empresários - que durante o programa de ajustamento demonstraram uma capacidade de conquistar novos mercados - tenham a mesma energia, a mesma vitalidade para enfrentar aquelas dificuldades que vão surgir, principalmente naquelas regiões [como o Norte do país] que têm, neste momento, um comércio com o Reino Unido mais intenso", argumentou.

Ainda sobre o "Brexit", o antigo chefe de Estado e ex-primeiro-ministro manifestou-se "absolutamente convencido" de que a Europa irá reagir "sem grande dificuldade" à saída do Reino Unido do bloco comunitário, embora com "alguns custos". "Agora, a geração mais nova da Grã-Bretanha, essa, irá ser penalizada. Porque quem votou a favor da saída foi a geração mais velha, a geração abaixo dos 40 votou a favor da permanência. Mas aquela geração que vai morrer não daqui a muito tempo deixa uma herança muito pesada para os britânicos mais jovens", sublinhou Cavaco Silva.

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