Ligação directa entre Odivelas e o centro de Lisboa vai manter-se nas horas de ponta

Ministro do Ambiente e presidente da câmara de Odivelas reuniram esta sexta-feira para “reiterar e confirmar” que quem viajar de metro de Odivelas não vai perder a ligação ao centro da cidade, pelo menos nas horas de ponta da manhã e da tarde.

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Ricardo Lopes

Os passageiros que viajarem de Odivelas e da Alta de Lisboa não vão perder a ligação directa de metro ao centro da cidade, depois da construção da linha circular, pelo menos nas horas de ponta da manhã e da tarde.

A garantia de que continuaria a haver esse acesso directo, que implicará a partilha de percurso com a futura linha circular, já tinha sido dada na quinta-feira pelo secretário de Estado Adjunto e da Mobilidade num artigo de opinião que escreveu para o PÚBLICO. No artigo José Mendes explicava que com a configuração futura, quem tiver como destino as estações do lado ocidental do anel — como o Marquês de Pombal ou o Rato poderá continuar viagem no comboio da linha Amarela, sem transbordo, "enquanto os que se dirigem para as estações do lado oriental do anel farão o transbordo no Campo Grande, tal como hoje já o fazem”.

Ainda assim, o ministro do Ambiente, Matos Fernandes, e o presidente da câmara de Odivelas, Hugo Martins, sentaram-se esta sexta-feira à mesa para colocar um ponto final nas dúvidas. "Esta reunião veio reiterar e confirmar uma posição que já tinha sido anteriormente assumida da partilha e conectividade da linha amarela com a futura linha circular", disse ao PÚBLICO o autarca de Odivelas no final do encontro. 

Também o ministro do Ambiente afirmou que a ligação entre a linha Amarela "nunca foi posta em causa". "Primeiro por razões de engenharia. Como é que as composições do metro entravam e saiam da linha Amarela? Essa ligação tinha de estar sempre feita", disse aos jornalistas. 

Segundo explicou o governante, "nunca esteve em causa esta ligação porque, do ponto de vista físico, é impossível de desligar”. O próprio Estudo de Impacte Ambiental (EIA) entregue pelo Metropolitano de Lisboa em Julho do ano passado, salvaguardava a manutenção dos viadutos existentes, assim como da linha férrea, permitindo a circulação das linhas Verde e Amarela, tal como hoje acontece. 

Mas para lá destas questões técnicas, a intenção do Metro de Lisboa era encurtar a linha Amarela, reduzindo-a ao troço Odivelas - Telheiras. Com essa opção, os passageiros de Odivelas e da Alta de Lisboa teriam de fazer um transbordo no Campo Grande para chegar ao centro da cidade, o que provocou uma forte onda de contestação, incluindo do próprio autarca de Odivelas.

Para já, está garantida entrada dos comboios da linha amarela na própria linha circular “durante as horas [de ponta] da manhã e as horas da tarde”. “Ao longo do dia vamos ver, e também acompanhar quando a obra estiver concluída, a pertinência de continuarem a existir essas ligações directas”, explicou Matos Fernandes, admitindo que poderá haver momentos do dia com menos afluxo em que a partilha não se justifique. 

O governante sublinhou ainda que "todos os moradores irão beneficiar e muito da linha Amarela, uma vez que, com a entrada em funcionamento da linha circular, as composições irão passar em intervalos de menos de quatro minutos". Por esclarecer ficam ainda os detalhes de como se fará a circulação de e para Telheiras. 

O concurso para a construção das novas estações Estrela e Santos e o consequente prolongamento das linhas Amarela e Verde foi lançado no início de Janeiro. A futura linha circular deverá entrar em funcionamento no final de 2023 ou início de 2024, depois de um investimento de 210 milhões de euros até 2023. com Lusa

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