Facebook deixa de seguir utilizadores com telemóveis Android

Até agora, o Facebook tinha acesso à localização dos utilizadores Android que autorizassem partilhar onde estavam com a plataforma, mesmo que estes não a estivessem a utilizar.

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A localização é usada para funcionalidades como “amigos nas proximidades” nelson garrido

O Facebook actualizou a aplicação da plataforma para telemóveis Android para parar de coleccionar informação sobre a localização dos seus utilizadores quando estes não estão a usar aplicação.

Até agora, os utilizadores com o sistema operativo Android tinham uma só opção para escolher autorizar ou proibir por completo a partilha da localização com o Facebook. É preciso autorizar a rede social a ter acesso às coordenadas do utilizador, quando se quer utilizar ferramentas como “amigos nas proximidades”, que permite que vários utilizadores partilhem as suas localizações uns com os outros quando se querem encontrar. A função também é usada para o Facebook detectar se a conta de um utilizador foi comprometida por um atacante (por exemplo, se um utilizador entrar na conta em Lisboa e cinco minutos mais tarde voltar a usar a conta nos EUA).

O problema é que, até agora, o Facebook continuava a receber informação sobre a localização dos utilizadores que autorizavam a partilha de localização, mesmo quando estes não estavam a usar aplicação activamente. É algo que não acontece com os utilizadores com o sistema operativo iOS, da Apple, que sempre tiveram a opção específica para partilhar a localização apenas quando a aplicação estivesse a ser utilizada.

Agora, há uma opção adicional para os utilizadores decidirem como querem partilhar a sua localização com o Facebook, e durante quanto tempo.

“Estamos a alertar todos os utilizadores que usam o Facebook num dispositivo Android, e que já partilharam a localização com o Facebook”, lê-se num comunicado da empresa assinado por Paul McDonald, director de engenharia e infra-estrutura de localização do Facebook. “Pedimos [que os utilizadores] percam um momento a decidir se as definições que usam são as correctas para eles.”

A modificação chega numa altura em que o Facebook começa a ter mais atenção sobre os dados que recolhe dos seus utilizadores.

Em Janeiro, um relatório da organização britânica Privacy International descobriu que a aplicação de recomendações de viagens TripAdvisor e aplicação de dieta MyFitnessPal estavam entre aquelas que partilham automaticamente dados com o Facebook assim que alguém as abrisse no telemóvel. Em Dezembro, o Facebook também admitiu que parceiros como o Netflix e o Spotify tiveram acesso especial a alguns dados dos utilizadores (por exemplo, informação sobre o que os vários utilizadores estavam a ver e a ouvir nas plataformas e recomendavam aos amigos). E em Maio, um erro no Facebook deixou publicações de 14 milhões de utilizadores visíveis a qualquer pessoa na Internet, mesmo que os utilizadores as tivessem definido como privadas.

Com a actualização desta semana, o Facebook mostra que está a tentar resolver os problemas.

Recentemente, a rede social também prometeu mais transparência, como parte das preparações para ajudar a proteger a integridade das eleições europeias deste ano, numa altura em que começa a ser vista como uma "ameaça à saúde pública" e um perigo para a democracia.

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