Juízes desconvocam greve de amanhã, mantendo restantes paralisações

Negociações de associação sindical com Governo sobre novo estatuto da classe “ainda são inconclusivas”.

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Manuel Ramos Soares é presidente da Associação Sindical de Juízes Portugueses rui gaudêncio

A Associação Sindical de Juízes Portugueses decidiu cancelar uma greve nacional agendada para amanhã, mas mantém, pelo menos por enquanto, os restantes oito dias de paralisações que tinham previstas até Outubro que vem.

Numa reunião que irão realizar em Coimbra nesta sexta-feira, os magistrados decidirão se as propostas do Governo em matéria de estatuto da classe são de molde a cancelarem as restantes greves de 2019, parte significativa das quais seriam sectoriais. 

“As conversações que decorrem entre a Associação Sindical de Juízes Portugueses e o Governo são ainda inconclusivas, mas houve uma aproximação de posições que é necessário sujeitar a deliberação da assembleia geral”, explicam os magistrados em comunicado. O cancelamento da paralisação desta sexta-feira é justificado pelos dirigentes sindicais como um “sinal de boa-fé negocial”. A associação sindical diz-se "firmemente empenhada" na criação de condições, junto do Governo mas também dos deputados, para que a revisão do estatuto dos magistrados judiciais seja aprovada em consenso com os juízes. 

Na origem destes protestos, decretados em Novembro passado, está a recusa do Governo em rever as condições remuneratórias dos juízes, numa altura em que o seu estatuto profissional está para discussão na Assembleia da República. Foram marcados 21 dias de greves, umas gerais e outras sectoriais, distribuídas por um período de cerca de um ano. Até agora todas tinham sido cumpridas, com elevadas taxas de adesão, à excepção de uma em Janeiro passado, que foi cancelada. 

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