Theresa May enfrenta revolta no Governo por causa do "Brexit"

Há 25 membros do executivos dispostos a votar por uma proposta, que é votada quatya-feira, para adiar a data de saída do Reino Unido da UE. Mais um deputado trabalhista abandonou o partido de Corbyn.

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A primeira-ministra está presa entre os que querem um "no deal" e os que não aceitam essa hipótese Peter Nicholls/REUTERS

Há uma revolta no Governo de Theresa May: 25 membros do executivo britânico, entre os quais quatro dos principais ministros, estão dispostos a apoiar uma emenda a uma moção, que será discutida na quarta-feira no Parlamento, que pede o adiamento do “Brexit”. E vão fazê-lo se a primeira-ministra não puser de parte a hipótese de o Reino Unido sair da União Europeia sem acordo.

O problema é que se Theresa May fizer o que, segundo o jornal The Guardian, os ministros David Gauke, Amber Rudd, Greg Clark e David Mundell lhe exigiram numa reunião privada esta semana, serão os eurocépticos do Partido Conservador a afastar, de vez, qualquer hipótese de a apoiarem.

Entalada entre a espada e a parede, a primeira-ministra enfrenta a maior rebelião governamental do seu mandato. Para além destes ministros, vários outros secretários de Estado manifestaram a intenção de votarem a favor da moção apresentada pelo deputado conservador Oliver Letwin e pela trabalhista Yvette Cooper, pedindo que Theresa May peça a Bruxelas o alargamento do prazo de saída estipulado pelo artigo 50 do Tratado de Lisboa – 29 de Março –, para que o Reino Unido não se veja constrangido a sair da UE sem acordo.

Estes tories acreditam existir já uma maioria no Parlamento britânico para aprovar esta emenda – que até agora não tem conseguido vingar, embora tenha já ido uma vez a votação.

May tem sempre a opção de afastar todos estes ministros e secretários de Estado – mas isso teria grandes custos, até porque se está a viver um período de grande instabilidade e reconfiguração do cenário político no Reino Unido.

Esta semana nove deputados do Partido Trabalhista e três do Partido Conservador abandonaram os respectivos partidos, descontentes com o processo do “Brexit” e com os caminhos trilhados pelas suas lideranças, e anunciaram a intenção de criar uma nova formação política, o Grupo Independente. 

Esta sexta-feira mais um deputado trabalhista saiu do partido, Ian Austin, acusando o líder Jeremy Corbyn de "criar uma cultura de extremismo e intolerância".

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