O fim do diesel?

O futuro deverá passar pela eletrificação: 100% elétrico, Híbrido, Híbrido Plug-in ou mesmo elétrico com célula de combustível, consoante as necessidades de mobilidade de cada um dos utilizadores.

Dentro dos motores convencionais, o diesel tem sido alvo de atenção, não pelos melhores motivos. Apesar de emitirem menor percentagem de CO2 que os motores a gasolina, a emissão de partículas e de outros gases tóxicos nocivos para a saúde tem levado a investimentos avultados em investigação. É imperativo desenvolver sistemas que mitiguem estes efeitos.

Mesmo recorrendo à transformação desta tecnologia, o principal risco para a saúde advém das viaturas atualmente em circulação. Há, inclusivamente, um conjunto de cidades europeias que equacionam proibir ou restringir a sua entrada. O benefício financeiro e durabilidade permitiram ao diesel ocupar um lugar de destaque no parque automóvel circulante, o que constitui um estigma difícil de ultrapassar. A poluição atmosférica é uma externalidade do automóvel que afeta, não só a nossa saúde, como também a nossa liberdade de decisão. 

“Até ia a pé, de bicicleta ou a correr, mas a esta hora o trânsito vai transformar a viagem num pesadelo.” Como resolver este problema?

Para quem habita os grandes centros urbanos é fácil constatar que, a curto/médio-prazo não vamos conseguir mudar radicalmente a forma como nos deslocamos – somos uma sociedade muito dependente do automóvel. A solução que melhor nos serve no imediato é acabar com as emissões – o ideal, se fosse possível, seria selar os tubos de escape de todas as viaturas, uma solução que beneficiaria, não só o automobilista, como todos os outros cidadãos que gostariam de utilizar meios de transporte alternativos, que lhes permitissem usufruir de ar muito mais puro.

Não sendo viável, a melhor alternativa é a eletrificação, ou a 100%, ou em combinação com um motor de combustão interna tão livre de emissões quanto possível – os híbridos.

No entanto, a forma como a eletricidade é obtida nem sempre é sustentável, nomeadamente quando é necessário recorrer a fontes energéticas menos amigas do ambiente e esta é a razão pela qual o conceito do híbrido se revela uma solução com futuro: combina motores de combustão interna altamente eficientes com motores elétricos.

Além do mais, os híbridos (full-Hybrid) estão programados para tirar o máximo partido da motorização elétrica em cidade, permitindo que a maior parte da utilização seja em modo elétrico – zero emissões – quando o automóvel está mais perto das pessoas.

O futuro deverá passar pela eletrificação: 100% elétrico, Híbrido, Híbrido Plug-in ou mesmo elétrico com célula de combustível, consoante as necessidades de mobilidade de cada um dos utilizadores, sendo que os motores convencionais a gasolina ainda deverão aumentar a sua expressão nos próximos anos.

Os números falam por si e refletem as escolhas cada vez mais conscientes da sociedade. A quota do diesel tem vindo a diminuir lentamente, e Portugal não é exceção. Entre 2016 e 2018, o mercado premium viu o diesel quebrar 15%, em claro contraciclo com o crescimento das motorizações eletrificadas, que aumentaram a sua posição em 221%, e a gasolina, com uma subida de quota na ordem dos 243%

Enquanto cidadãos, os principais riscos que identificamos na mobilidade automóvel são a segurança e o impacto sobre a saúde. Os perigos relativos à segurança nem sempre são evidentes, mas o impacto sobre a nossa saúde é facilmente percecionado.

Mesmo enquanto transeuntes, quantas não são as vezes em que gostaríamos de dispor de um “botão de recirculação”, para garantir que não somos afetados pelos gases de escape da última viatura que se cruzou connosco?

O autor escreve segundo o novo Acordo Ortográfico

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