Lidl deixa de vender 25 milhões de sacos plásticos por ano em Portugal

Cadeia alemã de retalho alimentar, com 250 lojas em Portugal, vai deixar de ter sacos de plástico disponíveis para venda nas caixas. Eliminação gradual começa em Maio e termina em Dezembro. Dentro de 10 meses, só há sacos de papel ou ráfia.

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Nuno Ferreira Santos

À semelhança do que já fez no mercado espanhol no ano passado, a companhia de distribuição alemã Lidl vai deixar de vender aos seus clientes sacos de plástico para o transporte de compras em Portugal.

O “processo de eliminação”, anunciado esta quinta-feira, “será implementado de forma faseada, de Norte a Sul do país”, explicou Bruno Pereira, administrador de compras da retalhista em resposta escrita ao PÚBLICO. “Iniciaremos precisamente no Norte” e, acrescentou, “entre Maio e Dezembro eliminaremos por completo a venda de sacos para transporte de compras” em todo o território de Portugal Continental. O Lidl não tem lojas nas regiões autónomas dos Açores e da Madeira.

Em Portugal, onde está desde 1999 e tem hoje 250 lojas e 6500 trabalhadores, a companhia Lidl vendeu no ano passado “25 milhões de sacos plásticos”, contabilizou Bruno Pereira, a que corresponde “uma facturação de 2,5 milhões de euros por ano”, com cada saco plástico vendido a 10 cêntimos.

As alternativas que o Lidl vai disponibilizar aos clientes para transporte de compras começam nesse patamar de preço: 10 cêntimos para o saco de papel médio, 14 cêntimos para a versão maior e 50 cêntimos para os sacos de ráfia.

O administrador de compras da sociedade Lidl Portugal recorda que “os sacos de ráfia, com 60% de material reciclado, já são uma opção” para os clientes da retalhista “desde 2010”. No caso dos sacos de papel, eles passarão a estar à venda “em todo o país a partir de Maio”, independentemente do faseamento do processo de eliminação dos sacos de plástico até final do ano - que retirará “675 toneladas de plástico” (embora já 80% reciclado e 100% reciclável) do circuito português.

A retalhista alemã, pertencente ao grupo Schwarz, já procedeu à eliminação de sacos de plástico para o transporte de compras em Espanha. Começou gradualmente, em Maio de 2018 (retirando no ano passado 30 milhões de sacos do circuito espanhol) e desde 1 de Janeiro deste ano, já não vende sacos de plástico para compras nas suas 550 lojas naquele país. E, em Portugal, já o testou. Bruno Pereira explica: “em 2018 levámos a cabo um [teste] piloto, com sucesso, em que testámos a aceitação desta medida em 12 lojas” em Portugal.  

Questionado sobre o custo desta iniciativa para a companhia, Bruno Pereira não contabilizou. “Não encaramos esta medida como um custo”, optou por responder, “mas sim como um investimento no ambiente”, que “não se trata de uma decisão isolada”, afirmou, mas algo que faz parte de uma “estratégia mais abrangente”.

O gestor refere-se à política da companhia em reduzir a utilização de plástico e que inclui, entre outras medidas, a decisão de cessar a venda de artigos de plástico descartáveis (deixando assim de entrar, por esta via, 12,5 milhões de copos e cinco milhões de pratos de plástico por ano no circuito) e a redução, até 2025, do consumo de plástico em 20% em todas as embalagens de marca própria (marca da retalhista, por oposição a marcas comerciais da indústria).

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