Com metade do trabalho feito, Bruno Lage promete mudanças

Benfica defronta Galatasaray para garantir um lugar nos oitavos-de-final da Liga Europa. Técnico dos “encarnados” disse que vai fazer alterações no “onze”

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Bruno Lage LUSA/TIAGO PETINGA

A presença do Benfica nos oitavos-de-final da Liga Europa não está garantida, mas pelo menos metade do trabalho já foi feito. A equipa de Bruno Lage recebe esta noite o Galatasaray (20h, SIC), na segunda mão da eliminatória, com a vantagem de ter ganho há uma semana em Istambul por 1-2. Os dois golos marcados fora dão alguma margem de conforto aos “encarnados”, para quem quase qualquer resultado serve para avançar na competição. Uma vitória ou empate colocam o Benfica na próxima fase da Liga Europa, e até uma derrota por 0-1 esta noite pode servir. Só perder por dois golos de diferença (ou sofrendo três ou mais golos, independentemente da margem) ditará o afastamento.

“Preparamos os jogos para jogar bem e vencer. Estamos a vencer a eliminatória por 2-1, mas vai ser um jogo difícil, diante de uma equipa organizada, com valor colectivo, individualidades de renome, treinador de renome, que não precisa de apresentações. Temos de estar no nosso melhor para chegar à eliminatória seguinte, que é o nosso objectivo”, sublinhou o treinador do Benfica, Bruno Lage, na antevisão da partida.

Mais do que jogar por prémios milionários – a passagem aos oitavos-de-final da Liga Europa vale um pagamento de 1,1 milhões da UEFA – o Benfica joga para ganhar o futuro. A aposta na juventude foi assumida no encontro da primeira mão, em Istambul, com seis jogadores formados no Seixal a integrarem o “onze”, três deles em estreia absoluta nas competições europeias (Yuri Ribeiro, Ferro e Florentino Luís). Bruno Lage garantiu que esta noite a equipa inicial será diferente: “Senti que aquele era o ‘onze’ para jogar. Amanhã [hoje], vou apresentar o melhor ‘onze’ conforme as forças e fraquezas do adversário. Seguramente será um ‘onze’ diferente da primeira mão e diferente do último jogo [com o Desportivo das Aves].”

Depois de ter feito história ao dar ao Benfica a primeira vitória na Turquia, Bruno Lage procurará dar ao clube o segundo triunfo caseiro sobre o Galatasaray, após o 2-1 obtido na fase de grupos da Liga dos Campeões 2015-16 (golos de Jonas e Luisão). “O Galatasaray é uma grande equipa e nós também, e vemos o jogo assim. Jogamos de forma ofensiva, atractiva. Esse tem sido o nosso percurso, não só nestas seis semanas, mas também ao longo da história do Benfica”, vincou o técnico, que passou de interino a aposta firme na sequência da renovação do seu contrato até 2023. Mas essa demonstração de confiança não desvia a atenção o técnico: “O que passa na minha cabeça é ganhar o próximo jogo. É com esta mentalidade e filosofia que as coisas se vão fazendo.”

“Nada a perder”

Para o Galatasaray, a continuidade nas provas europeias passa por fazer golos no Estádio da Luz. Repetir o 0-2 da fase de grupos da Taça UEFA 2008-09 seria o suficiente para os turcos avançarem na Liga Europa, mas o treinador Fatih Terim não prevê facilidades para a sua equipa. “O Benfica é favorito, temos que admitir isso. Não temos nada a perder e vamos com esse pensamento para campo. Se perdermos, vamos dar os parabéns ao Benfica e continuar o nosso caminho”, resumiu.

“Para passar, há que jogar bem e dar uma boa resposta. Estamos em desvantagem. O Benfica tem uma equipa muito boa. Na primeira volta quem falhou fomos nós e temos que jogar muito melhor, amanhã [hoje] é o último jogo, não há mais nenhum. O 0-1 não chega para nós, temos de ganhar por dois golos. Não vai ser tarefa fácil”, acrescentou o treinador turco de 65 anos.

Terim remeteu para plano secundário a aposta de Lage em jogadores mais jovens no encontro da primeira mão, centrando-se na tarefa que a sua equipa tem pela frente: “Não me interessa o ‘onze’ do Benfica. O mais importante é aquilo que vamos fazer. Já analisámos o Benfica, sabemos como é que eles jogam, mas o que me interessa é o que pode fazer o Galatasaray”, vincou. “O plantel do Benfica tem enorme qualidade e não faz grande diferença se trocam este ou aquele jogador. Há jogadores muito importantes, não é só um. Têm muita qualidade e na Liga dos Campeões foram eliminados porque não tiveram sorte. Grimaldo, João Félix, há muitos bons jogadores. Se calhar há três meses não podíamos dizer isso, mas hoje o Seferovic é um dos melhores jogadores. Mas não posso dizer que há um que esteja à frente dos outros”, concluiu.

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