Governo diz que normalidade voltou aos hospitais afectados por greve "cirúrgica"

Blocos operatórios dos dez hospitais afectados pela greve "cirúrgica" estão todos a funcionar, segundo o Ministério da Saúde.

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Paulo Pimenta

O Ministério da Saúde garantiu esta quarta-feira que a normalidade regressou aos dez hospitais onde decorre a "greve cirúrgica" dos enfermeiros nos blocos operatórios.

Em nota, o ministério regista "com satisfação" a "normalização da actividade normal nos hospitais do Serviço Nacional de Saúde (SNS) que se encontravam em greve.

"Foi retomada a actividade normal" em "todos os dez hospitais onde decorria a greve: Centro Hospitalar e Universitário de S. João (Porto); Centro Hospitalar e Universitário do Porto; Centro Hospitalar de Entre Douro e Vouga; Centro Hospitalar Vila Nova de Gaia/Espinho; Centro Hospitalar Tondela/Viseu; Hospital de Braga; Hospital Garcia de Orta (Almada); Centro Hospitalar Universitário Lisboa Norte; Centro Hospitalar de Setúbal e Centro Hospitalar Universitário de Coimbra.

A actual greve "cirúrgica" afectou sete centros hospitalares desde 31 de Janeiro e outros três desde 8 de Fevereiro e foi decretada até 28 deste mês.

A greve mantém-se, porém, uma vez que um dos sindicatos que a convocou não a suspendeu.

A "greve cirúrgica" foi convocada pela Associação Sindical Portuguesa dos Enfermeiros (ASPE) e pelo Sindicato Democrático dos Enfermeiros de Portugal (Sindepor). A actual é a segunda "greve cirúrgica", depois de uma primeira, em cinco centros hospitalares, que decorreu entre 22 de Novembro e 31 de Dezembro de 2018 e que levou ao adiamento de mais de 7500 cirurgias.

As duas greves foram convocadas após um movimento de enfermeiros ter lançado recolhas de fundos numa plataforma online para financiar as paralisações, num total de 740 mil euros.

Segundo os sindicatos, os principais pontos de discórdia são o descongelamento das progressões na carreira e o aumento do salário base dos enfermeiros.

Na sexta-feira a Procuradoria-Geral da República considerou que a greve é ilícita, num documento que foi de imediato homologado pela ministra da Saúde e considerado por Marta Temido como vinculativo, apesar de o advogado Garcia Pereira ter defendido que só os tribunais têm competência para declarar a ilicitude da paralisação.

Face aos avisos do Ministério de que deveriam ser marcadas faltas injustificadas a quem mantivesse a greve, a ASPE pediu a suspensão imediata da paralisação, mas o Sindepor não só manteve a greve, como o seu presidente decidiu iniciar uma greve de fome e apresentar uma queixa crime contra o Governo.

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