A U. Minho vai pôr Guimarães a falar de moda (in)sustentável

Organizado pela Universidade do Minho, evento leva, a 21 de Fevereiro, o conceito de slow fashion até ao Palacete de Santiago, em Guimarães. “Comprar menos, melhor e de forma mais consciente” é o mote do evento, com entrada gratuita.

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Guimarães prepara-se para falar de moda (in)sustentável. Esta quinta-feira, 21 de Fevereiro, às 18 horas, as portas do Palacete de Santiago abrem-se para um evento que quer provocar discussão e alertar para a urgência de “comprar menos, melhor e de forma mais consciente”, responsabilizando (também) o consumidor e incentivando-o à mudança de comportamento. Organizado pela Universidade do Minho (UM), a iniciativa abre com a apresentação do livro Admirável Moda Sustentável — de Madeleine Müller, docente na Escola Superior de Propaganda e Marketing, em Porto Alegre, e Francisco Mesquita, docente na Universidade Fernando Pessoa — e conta com desfiles, tertúlias e performances de música, teatro e dança.

Helena Pires, docente da UM e membro da comissão organizadora, explica que foi precisamente a partir deste livro, numa espécie de “efeito de contágio”, que nasceu a ideia de criar o evento para disseminar a ideia de slow fashion​ — alternativa sustentável à moda globalizada e em massa, "um conceito pouco explorado em Portugal". Foram reunidas 13 marcas — de vestuário, calçado e acessórios — “embaixadoras” do conceito. Sete são portuguesas e seis brasileiras, criando assim uma “plataforma de encontro entre Brasil e Portugal”, já fomentada pela própria universidade através do intercâmbio de alunos. Ideal&Co, Marita Moreno, Kozzi, Rasgos D’Art, Obi, Zouri e Elementum são os projectos portugueses que se vão mostrar no desfile do evento vimaranense, que decorrerá após uma tertúlia com os responsáveis das empresas.

“Estas marcas são microempresas resultantes da iniciativa de jovens acabados de sair da universidade, que se enquadram na filosofia do slow movement" e exploram a “sustentabilidade ambiental, através da utilização de materiais amigos de ambiente ou reciclagem de plástico, por exemplo”. Apostam na “inovação tecnológica e nas possibilidades de reciclar materiais que são lixo industrial” e têm responsabilidade social. “No caso da marca Contextura, há um grupo de senhoras idosas que guardam o saber de técnicas em vias de extinção, como o tricot, e fazem trabalhos para a marca. O design não é delas, mas elas têm um rosto, um nome, uma identidade e um trabalho que as realiza pessoalmente”, explica.

Moda (IN)sustentável tem entrada livre e programação das 18h às 22h. Quer atrair não só estudantes e investigadores, mas também difundir as ideias de slow fashion junto do público não académico e do tecido empresarial: “Temos a preocupação de mudar mentalidades, porque o conceito também tem a ver com questões de cidadania e responsabilização social”.

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