China proíbe entrada de estrangeiros no Tibete em Março

A Lusa confirmou que as agências de viagens estão a recusar reservas.

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ROMAN PILIPEY/EPA

A China proibiu a entrada de estrangeiros no Tibete durante o mês de Março, quando se celebram aniversários considerados sensíveis, ou seja de acontecimentos que puseram em causa a soberania chinesa sobre a região.

A agência Lusa confirmou que as agências de viagens estão a recusar turistas estrangeiros que pretendem visitar o Tibete nesse mês.

A 10 de Março celebra-se o 60.º aniversário de uma frustrada rebelião contra a administração chinesa, que terminou com o exílio na vizinha Índia do líder político e espiritual dos tibetanos, o Dalai Lama, que Pequim acusa de ter "uma postura separatista".

A 14 de Março de 2008, a capital da região autónoma do Tibete, Lhasa, foi palco de violentos ataques contra a presença chinesa, que resultaram em 18 mortos, segundo dados do Governo chinês.

Um número desconhecido de tibetanos foi morto pelas tropas chinesas na sequência daquela rebelião.

Além do visto chinês, os estrangeiros precisam da uma autorização especial para visitar o Tibete, uma exigência que as autoridades justificam com as "tradições únicas da etnia tibetana, o património cultural, a capacidade de receber turistas e as necessidades de proteção ambiental".

No ano passado, o número de turistas que visitou o Tibete cresceu 31,5%, para 33,68 milhões de pessoas, mas apenas 270 mil dos visitantes foram estrangeiros, segundo os dados oficiais.

A região é mantida sob rigoroso controlo pelo Governo central e as autoridades locais, enquanto Pequim proíbe diplomatas e jornalistas estrangeiros de entrarem na região, excepto em visitas organizadas pelas autoridades ou pelo departamento de propaganda do Partido Comunista.

Os turistas estrangeiros que querem visitar o Tibete, incluindo a capital Lhasa, têm de fazê-lo em grupo e acompanhados de um guia.

Pequim considera que a região é parte do território chinês.

Os seguidores do Dalai Lama, que em 1989 foi galardoado com o Prémio Nobel da Paz, acusam Pequim de tentar destruir a identidade religiosa e cultural do Tibete.

Segundo a organização com sede em Washington International Campaign for Tibet, mais de 150 tibetanos imolaram-se pelo fogo desde Fevereiro de 2009, em protestos contra o que classificam de opressão do Governo Chinês.

Mas apesar do apertado controlo, o Tibete é um destino cada vez mais popular para os turistas que procuram aventura de montanha e monumentos únicos da cultura budista tibetana.

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