Houve espectáculo mas faltaram os golos na Champions

Internacional português Anthony Lopes foi o herói do Lyon frente ao Barcelona.

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Anthony Lopes venceu o duelo com Lionel Messi Reuters/EMMANUEL FOUDROT

Foi uma noite de Liga dos Campeões que não teve o ingrediente principal do futebol: golos. Houve espectáculo, a emoção esteve presente, mas ninguém pôde propriamente festejar, embora o empate tenha sabido melhor a uns do que a outros. Em Liverpool, a equipa da casa foi superior ao Bayern, mas mostrou-se muito perdulária no ataque. Já o Lyon recebeu o Barcelona e até começou por ameaçar os catalães. Contudo, na fase de maior assédio “blaugrana”, o internacional português Anthony Lopes foi o herói do emblema francês.

Houve um português em campo de cada lado, Anthony Lopes na baliza do Lyon e Nélson Semedo na defesa do Barcelona. E nenhum deles ficou a rir-se no final da partida, embora o guarda-redes luso-francês até tivesse motivos para isso. Ele foi a figura de um jogo em que o Lyon entrou a olhar o Barcelona nos olhos: os franceses tiveram oportunidades para colocar-se em vantagem, mas os catalães foram crescendo na partida e na fase de maior aperto valeu a inspiração de Anthony Lopes.

Sem medo do Barcelona, o Lyon teve nos primeiros dez minutos duas excelentes oportunidades para adiantar-se no marcador: primeiro Aouar escapou a um adversário e disparou para a defesa apertada de Ter Stegen, e depois foi Terrier a desferir um tiro de longe, que o guarda-redes alemão do Barça ainda desviou o suficiente para a bola embater na trave em vez de entrar.

No lado contrário, Dembélé era quem mais importunava Anthony Lopes, mas sem sucesso: o internacional francês ameaçou aos 19’ (defesa do guardião português) e 44’ (fez a bola passar milímetros ao lado de um dos postes). Já no período de compensação, Busquets rematou de fora da área, a bola sofreu um desvio e passou ligeiramente ao lado.

A pressão do Barcelona aumentou na segunda parte, com o Lyon a sentir mais dificuldades em manter a posse de bola e sair do seu meio-campo. Contudo, os franceses resistiram bravamente ao assalto “blaugrana” à sua baliza, com Denayer a servir de pronto socorro na defesa e Anthony Lopes a somar boas intervenções: travou o remate de Messi (65’), depois evitou a ameaça de Suárez (74’) e também defendeu a tentativa de Coutinho (76’). Era a noite de Anthony Lopes, que coroou a sua exibição com uma grande defesa aos 86’. Messi, na direita, evitou que a bola saísse pela linha de fundo e depois descobriu Busquets à entrada da área — o espanhol disparou para a baliza, mas estava lá o internacional português para evitar o golo.

Faltou pontaria

No reencontro com um adversário sobejamente conhecido — o treinador do Liverpool, Jürgen Klopp, tem no currículo 30 jogos frente ao Bayern — a história escreveu-se com um empate sem golos (Renato Sanches entrou aos 88’ na equipa bávara). Os “reds” controlaram a partida durante largos períodos, mas faltou-lhes a eficácia necessária para traduzir o volume de futebol atacante em golos. Mais do que as defesas de Neuer, faltou pontaria ao Liverpool, que em 11 remates apenas acertou duas vezes na baliza adversária. Mas a primeira situação de golo até pertenceu aos bávaros, que quase aproveitavam um brinde do Liverpool: Alisson embrulhou-se a jogar com os pés, tocou para Matip, que perdeu a bola, mas o remate de Coman foi à malha lateral.

Foi o sinal de que o Liverpool precisava para partir para o ataque. Salah, de cabeça, errou o alvo por pouco (24’) e depois Sadio Mané teve duas excelentes ocasiões separadas por cinco minutos: primeiro, no ressalto de um remate de Keïta interceptado por Süle, ficou cara a cara com Neuer mas acertou mal na bola e atirou ao lado (33’). Depois, em excelente posição, após mais um disparo de Keïta, ensaiou o remate acrobático mas atirou para fora (38’).

A equipa de Klopp continuou a carregar, e no período de compensação voltou a estar perto do golo. Firmino fez o desvio ao cruzamento de Alexander-Arnold na direita, mas Neuer chegou a tempo e agarrou, perante a ameaça de Mané.

No segundo tempo, a produção atacante do Liverpool abrandou, mas continuaram a pertencer aos “reds” as melhores oportunidades de golo. Com destaque para o cabeceamento de Sadio Mané, aos 85’, travado por uma grande defesa de Neuer com a mão direita.

Em Liverpool, como em Lyon, todas as decisões nestas eliminatórias dos oitavos-de-final ficaram adiadas. Munique e Barcelona serão os palcos onde tudo se decidirá.

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