Marcelo só comenta greve dos enfermeiros após decisão do Supremo que "estará por dias"

Durante entrega do Prémio BIAL Medicina Clínica 2018, sem nunca se referir a qualquer sector ou área profissional em específico, o Presidente disse que a saúde lhe merecia "reflexão".

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LUSA/JOão RELVAS

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, escusou-se esta segunda-feira a comentar a greve dos enfermeiros, apontando que é preciso "esperar a decisão do Supremo Tribunal Administrativo", a qual acredita estar "por dias".

"Nessa matéria só posso dizer que espero a decisão do Supremo Tribunal Administrativo que, em teoria, estará por dias", disse Marcelo Rebelo de Sousa.

O Presidente da República falava aos jornalistas, no Porto, à entrada para a cerimónia de entrega do prémio Prémio BIAL Medicina Clínica 2018, numa sessão na qual fez depois vários elogios quer ao premiado quer às instituições presentes e, ainda que sem nunca se referir a qualquer sector ou área profissional em especifico, disse que a saúde lhe merecia "reflexão".

"Estamos aqui num momento de festa a celebrar consensualmente o que é um triunfo em Portugal e eu pergunto-me todos os dias porque é que não é possível encontrarmos mais vezes ambientes destes - não direi sempre de festa porque há problemas no dia-a-dia - de consenso, de entendimento, de diálogo, de compreensão recíproca", apontou.

Num discurso muito focado no prémio Bial que entregou em mão e num momento emotivo ao médico Mário Dinis Ribeiro, Marcelo Rebelo de Sousa frisou que a área da saúde é "um domínio a que todos toca", razão pela qual salientou ter "dificuldade em compreender faltas de consenso".

Marcelo Rebelo de Sousa também destacou a componente pedagógica dos prémios atribuídos esta segunda-feira.

O Prémio Bial de Medicina Clínica 2018 foi entregue ao médico Mário Dinis Ribeiro, que defende a realização de uma endoscopia digestiva alta em simultâneo com o rastreio do cancro colorrectal para prevenir cancros.

"A relação custo-eficácia significa que vamos gastar agora para poupar no futuro", explicou o médico à agência Lusa em entrevista de antecipação à entrega de prémios desta tarde.

O premiado, que é director do Serviço de Gastrenterologia no Instituto Português de Oncologia (IPO) do Porto, entendeu que proporcionar ao utente a possibilidade de fazer uma endoscopia ao mesmo tempo que faz o rastreio do cancro colorrectal é proporcionar-lhe um "momento único" de rastreio ao tubo digestivo e a possibilidade de detectar lesões precoces.

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