Britânica Flybmi entra na lista das companhias aéreas falidas

Transportadora cancela todos os voos e aponta o dedo a factores como o preço do combustível e a incerteza causada pelo “Brexit”, deixando mais uma baixa num sector que tem assistido ao fim de várias companhias europeias

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REUTERS/Michaela Rehle

A companhia aérea regional britânica Flybmi cancelou todos os voos por ter entrado em bancarrota por diversas "dificuldades", incluindo a subida dos preços dos combustíveis e as incertezas criadas pelo "Brexit", anunciou a empresa no sábado. “Com grande pesar tivemos de fazer este anúncio inevitável”, afirmou um porta-voz da companhia, que também agradeceu aos empregados que “trabalharam de forma incansável” nos últimos anos.

O secretário-geral da Associação de Pilotos Aéreos Britânicos (Balpa nas siglas em inglês), Brian Strutton, afirmou que o colapso da Flybmi é uma "notícia devastadora" para os trabalhadores. "Lamentavelmente, a Balpa não foi avisada nem recebeu informação da empresa. Os nossos próximos passos serão apoiar os pilotos da Flybmi e ver com a direcção e a administração da empresa se os empregos podem ser salvos”, indicou Strutton.

A companhia aérea, com cerca de 400 empregados — no Reino Unido, Alemanha, Suécia e Bélgica — e 17 aviões, tem a sua base no aeroporto inglês de East Midlands e voa para 25 destinos europeus, entre os quais Portugal não está incluído.

A empresa aconselha agora os seus clientes a procurarem a devolução das reservas junto das empresas dos cartões de crédito, dos sites de reservas online ou dos fornecedores de seguros de viagem. A Flybmi transportou 522.000 passageiros em 29.000 voos no ano passado em codeshare (parceria) com outras transportadoras, como a Lufthansa, a Turkish Airlines e a Air France.

Sector em consolidação

O fim da Flybmi surge duas semanas depois de a Germania ter anunciado um destino idêntico. Nesse caso, o cancelamento dos voos afectou Portugal, já que a transportadora aérea alemã tinha ligações regulares para destinos como o Funchal (surgia em oitavo lugar no ranking das dez maiores companhias aéreas em termos de movimentos no aeroporto do Funchal, de acordo com os dados do último trimestre de 2018).

Nos últimos meses, outras empresas caíram por terra a nível europeu, como a Primera, Cobalt, Azur (Alemanha), Small Planet e a Swiss SkyWork. Isto depois de dois casos com mais impacto, como foram o fim da Monarch e da Air Berlin (cujos activos foram divididos entre a Lufthansa e a Easyjet, acabando a Ryanair por ficar com a Niki/Laudamotion). Também a Alitalia decretou falência em 2017, mas continua a voar com o apoio do Estado italiano enquanto decorre o processo de venda (que tarda em ser finalizado).

No início de Fevereiro, quando anunciou um prejuízo de 19,6 milhões no terceiro trimestre, a Ryanair afirmou que há um excesso de oferta no mercado europeu e que a tendência de consolidação vai continuar devido à pressão de redução das tarifas e aos preços do combustível. Entre as empresas listadas como estando em dificuldades incluía-se a Germania, além de outras como a Wow (islandesa) e a Flybe (britânica). 

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