Portugal voltou a ver fugir-lhe um título em Gondomar

Falta de eficácia na finalização impediu a selecção feminina de superar a Espanha, que triunfou com conforto.

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LUSA/OCTAVIO PASSOS

Estavam todas as condições reunidas para um brilharete. Muitos golos ao longo da competição, distinções individuais a jogadoras e um passado recente no futsal masculino que permitia sonhar com nova proeza. Mas, tal como acontecera com a congénere masculina em 2007, também no Pavilhão Multiusos de Gondomar, a selecção feminina de Portugal não conseguiu arrecadar o título europeu. Naquela que foi a primeira edição do torneio, com a chancela da UEFA, foi Espanha a levantar o troféu (0-4).

Há quase 12 anos, no Europeu de futsal masculino igualmente disputado em solo português, a selecção masculina nacional também tinha perdido em Gondomar com a congénere espanhola, nas meias-finais, no desempate por penáltis. Neste domingo, porém, o nome do vencedor começou a anunciar-se muito cedo.

A Espanha foi a grande protagonista do primeiro tempo, porque, em apenas nove minutos, chegou aos três golos de vantagem. O primeiro surgiu por Mayte que, mesmo pressionada pelas portuguesas, conseguiu encostar já dentro da área após um passe de Berta Velasco. O 0-2 foi gerado por um erro individual na saída de bola — Anita intrometeu-se entre Sara Ferreira e Fifó e finalizou com eficácia, aos 5m10s. E o terceiro golo nasceu de um livre directo de Romero (9m30s) em que a guarda-redes Ana Catarina foi francamente infeliz.

Com uma margem confortável no marcador, as espanholas iam deixando os caminhos para a sua baliza fechados, mas as portuguesas começavam a ter maior controlo da posse de bola na segunda metade da primeira parte. Carla Vanessa foi uma das mais rematadoras, obrigando a guardiã adversária a defender para fora ou a dois tempos. A faltarem 50 segundos para o intervalo, Pisko fintou uma adversária pela direita e assistiu Janice, que, livre ao segundo poste, rematou para fora.

Portugal terminou a primeira parte a ganhar muitos metros e a jogar muito no meio-campo ofensivo, uma toada que se estendeu à segunda metade do encontro. Nesse período, sobressaiu a guarda-redes espanhola, Silvia Aguete, a coleccionar um grande número de defesas decisivas.

A Espanha recuou uns metros, por força da pressão exercida por Portugal, mas nem Lídia Moreira (podia ter marcado de cabeça), nem Fifó, nem Janice conseguiam encontrar o caminho das redes. E quando o seleccionador nacional aumentou o nível de risco, jogando já em cinco para quatro, na procura do golo que permitisse relançar a partida, a equipa espanhola fechou as contas, num contragolpe finalizado por Sotelo.

Neste primeiro Europeu feminino organizado pela UEFA, o sonho de Portugal terminou com um resultado desnivelado, que não fez jus à prestação portuguesa ao longo do torneio.

No jogo de atribuição do terceiro e quarto lugares, a Ucrânia, que foi batida por Portugal nas meias-finais por 5-1, perdeu por 3-2 no desempate por grandes penalidades com a Rússia, depois de uma igualdade (2-2) no fim do tempo regulamentar.

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