Corpo da jovem que morreu soterrada na Madeira resgatado pelas equipas de socorro

Um restaurante na Calheta foi atingido por uma derrocada. Jovem soterrada acabou por morrer. Os bombeiros já resgataram o corpo.

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LUSA/GREGÓRIO CUNHA
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Uma mulher, de 23 anos, morreu neste sábado na sequência de uma derrocada que atingiu o restaurante Rocha Mar, na marginal da vila da Calheta, na Madeira. O restaurante foi atingido, pouco depois das 13h, por uma queda de pedras de várias dimensões e a funcionária ficou soterrada na zona da cozinha. O Diário de Notícias Madeira revelou que a cozinha do estabelecimento ficou completamente danificada. Já a RTP Madeira confirmou o incidente junto do presidente da Câmara Municipal da Calheta e o registo de uma vítima.

Num primeiro momento, as autoridades apenas confirmaram a existência de uma vítima soterrada. Só mais tarde é que fonte dos bombeiros confirmou à Agência Lusa que a jovem soterrada no interior do restaurante acabou por não resistir aos ferimentos.

O corpo da jovem que morreu este sábado foi resgatado pelas equipas de socorro ao final da noite, dez horas após a ocorrência.

"Efectivamente há uma vítima mortal a lamentar neste incidente", afirmou o presidente do Serviço Regional de Protecção Civil, José Dias, realçando que "a maior preocupação [da operação] foi garantir a segurança dos operacionais.

A queda de pedras danificou também uma casa contígua ao restaurante e motivou o realojamento provisório de uma família composta por cinco adultos e um menor.

"Neste momento, não há condições de segurança de habitabilidade", indicou o presidente do Serviço de Protecção Civil.

As operações de resgate da jovem, que residia na freguesia da Ponta do Pargo, no concelho da Calheta, envolveram 53 operacionais dos Bombeiros Voluntários locais, dos Bombeiros Sapadores do Funchal e da PSP.

A família da vítima está a receber apoio psicológico facultado pela autarquia.

"A nossa primeira prioridade é cuidar das famílias, temos uma psicóloga da Câmara a acompanhar a família da vítima", disse o presidente da Câmara Municipal, sublinhando que a escarpa da marginal tem "dado muitos problemas" ao longo dos anos.

Os trabalhos na escarpa motivaram o encerramento temporário dos restaurantes da Marina da Calheta, mas o que foi atingido este sábado continuou a funcionar normalmente.

A derrocada verificou-se numa extremidade da escarpa onde decorrem obras de consolidação até ao final de Março. E provocou também danos numa casa anexa ao restaurante, desalojando a família que lá vivia. As cinco pessoas, quatro adultos e uma criança, foram realojados provisoriamente na Pousada da Juventude da Calheta, pelo governo regional.

Antes da entrada em acção das máquinas para remover as pedras, os técnicos no local fizeram cair mais algumas pedras para assim garantir a segurança das equipas de resgate que estão neste momento a trabalhar.

O proprietário do edifício em que funciona o restaurante Rocha Mar, Manuel Jardim, questionou durante a tarde a intervenção de consolidação da escarpa que está a ser desenvolvida pelo governo madeirense naquela marginal, por, lamentou, não abranger a zona onde está o restaurante. “Perguntei se iam estender as obras de consolidação da escarpa a esta zona, mas ninguém me disse nada”, disse aos jornalistas.

O secretário regional do Equipamento e Infra-estruturas, Amílcar Gonçalves, disse, no entanto, que "a versão do proprietário não corresponde minimamente à verdade".

Em declarações à comunicação social no local, o governante indicou que em 2012, quando foi feita a primeira intervenção, o proprietário "opôs-se veementemente" a qualquer intervenção na zona e obstaculizou todos os procedimentos de expropriação e de aquisição da propriedade

Amílcar Gonçalves realçou que isso "inviabilizou por completo a intervenção na escarpa" naquela área.

Ao longo dos anos, aquela marginal tem sido palco da queda de pedras e derrocadas, algumas de grande dimensão, que provocaram danos em viaturas e edifícios. O executivo madeirense estava, desde Novembro do ano passado, a proceder a trabalhos de consolidação da encosta sobranceira à vila da Calheta. Parte daquele arruamento foi encerrado nos últimos dias, para a execução dos trabalhos.

Os trabalhos já tinham levado ao encerramento temporário dos restaurantes da Marina da Calheta, que fica no sopé a escarpa e se estende ao longo da avenida marginal da vila, mas o que foi atingido neste sábado continuou a funcionar normalmente.

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