Núncio papal em França suspeito de agressão sexual na câmara de Paris

A investigação foi aberta a 24 de Janeiro, depois de o município ter participado o caso ao Ministério Público.

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Luigi Ventura com o Presidente francês, Emmanuel Macron Reuters

O núncio do Vaticano em França, o cardeal Luigi Ventura, está a ser investigado por suspeita de agressão sexual a um funcionário da autarquia de Paris, durante uma cerimónia nos Paços do Concelho, confirmaram fontes judiciais às agências noticiosas AP e EFE.

A investigação foi aberta a 24 de Janeiro, depois de o município parisiense ter participado o caso ao Ministério Público.

Os factos ocorreram durante uma cerimónia no município em que a presidente da câmara, Anne Hidalgo, transmitiu os votos de Ano Novo às autoridades civis, diplomáticas e religiosas, e onde esteve o embaixador do Vaticano em França. Ventura, de 74 anos, ocupa aquele cargo há uma década.

A notícia foi avançada na edição desta sexta-feira do jornal Le Monde, que refere que o caso aconteceu numa cerimónia que decorreu a 17 de Janeiro.

Este caso não é simples. Ventura ocupa um dos cargos mais prestigiados da diplomacia do Vaticano - foi nomeado para Paris em Setembro de 2009 por Bento XVI -, depois de uma carreira de núncio que o tinha levado já à Costa do Marfim, Burkina Faso, Níger, Chile e Canadá. Mas goza de imunidade diplomática. "Este assunto é complexo, pois monsenhor Ventura é um diplomata, e quererá gozar da imunidade correspondente à sua função", comentou um jurista ao jornal Le Monde.

Quando fizer este ano 75 anos, Ventura terá que se reformar, segundo as regras do Vaticano, tendo de apresentar a sua resignação ao Papa Francisco.

Notícia corrigida: a agressão foi a um funcionário (homem) e não a uma funcionária (mulher)

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