Eleições espanholas marcadas para 28 de Abril

Pedro Sanchéz foi obrigado a convocar eleições antecipadas depois de não conseguir fazer aprovar o Orçamento.

Foto
Pedro Sánchez Juan Medina/Reuters

O primeiro-ministro espanhol, Pedro Sánchez, anunciou que as eleições espanholas vão realizar-se no dia 28 de Abril. 

Sánchez, do PSOE (centro-esquerda), foi obrigado a convocar as legislativas depois de não ter conseguido fazer aprovar a sua proposta de Orçamento.

A data evita que as legislativas coincidam com as municipais, autonómicas e europeias previstas para 26 de Maio.

O Orçamento foi chumbado pela votação conjunta de seis emendas, graças à convergência entre os partidos de direita Partido Popular (PP), Cidadãos e independentistas catalães.

Sánchez defendeu, em conferência de imprensa, o Orçamento que propôs, “um Orçamento social após sete anos de cortes”. “Teria revitalizado o nosso sistema de protecção, as políticas de aluguer para que os jovens pudessem emancipar-se antes, o impulso à ciência, o regresso do talento, a transição justa da nossa economia apoiando as regiões que vão ser afectadas pelas alterações climáticas”, enumerou o chefe do Governo.

O que quer que aconteça, Sánchez diz que “Espanha deve continuar a progredir, excluir a política de crispação, criando emprego de qualidade, aumentando os direitos e liberdades, garantindo a protecção social…”, o que levou o jornal ABC (conservador) a comentar que o anúncio de eleições foi o primeiro comício da campanha eleitoral.

O socialista tentou apresentar um lado positivo para esta derrota: "Também digo que há derrotas parlamentares que são vitórias sociais. A cidadania viu o que este Governo quer para este país."

Sánchez assumiu a chefia do Governo em Junho de 2018. Conseguiu derrotar o antigo primeiro-ministro Mariano Rajoy, do PP, porque contou com o apoio de todos os partidos à excepção dos populares e do Cidadãos. Ou seja, uma maioria precária e de interesses contraditórios do PSOE, o Podemos, à sua esquerda, e os deputados nacionalistas catalães e bascos​.

"Espanha não merece ficar refém dos interesses particulares e partidários de uns e outros", declarou ainda Sánchez. 

Em relação aos independentistas da Catalunha, o primeiro-ministro disse que "terão de explicar porque chumbaram um orçamento que era também uma resposta social para a Catalunha".

Sondagens dão maioria estreitíssima à direita

A marcação das eleições ocorre dias depois de uma manifestação em que a direita se uniu à extrema-direita exigindo eleições antecipadas. "Surpreende-me que me isolem a mim com um cordão sanitário e não o façam à extrema-direita", disse Sánchez. "Cada um escolhe os amigos que quer."  

Uma análise às últimas sondagens disponíveis feita pelo diário espanhol El País mostra uma ligeira vantagem ao bloco de direita PP, Cidadãos e o partido de extrema-direita Vox, que seria a única combinação a conseguir obter uma maioria. Mas seria uma"margem estreitíssima em termos de deputados".

O resultado é considerado "o mais provável", mas não "muito provável", sublinha a análise do diário de Madrid. Ou seja, "outros resultados são perfeitamente possíveis." 

O partido vencedor projectado é o PSOE, com 24%, seguido do PP com 21%. De seguida viriam Cidadãos (18%), Unidos Podemos (15%) e Vox (11%). 

Sugerir correcção
Ler 5 comentários