Ryanair promete "novo apoio ao cliente 24 horas por dia", alterações grátis e "voos sem plástico"

Companhia lança carta de "melhorias" para reforçar a relação com os clientes. Continua a garantir a devolução de dinheiro se o cliente encontrar um bilhete mais barato: a diferença entre preços e mais cinco euros.

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STEPHANIE LECOCQ/LUSA

Habituada a críticas desde que se tornou a "rainha" do low cost, a Ryanair quer focar-se na qualidade do seu serviço de clientes. Esta quinta-feira lançou um comunicado com oito promessas base, todas elas sob o mote de "melhorias no serviço ao cliente para 2019" e que são resumidas com o slogan "mais escolhas, preços mais baixos, o melhor serviço".

Quanto a preços, a Ryanair nem precisa de se esforçar muito (é habitual ter os valores mínimos promocionais mais baixos), já noutros vectores do serviço aéreo costumam chover mais críticas – não é apenas uma generalização nossa: foi votada este ano a "pior companhia aérea" no Reino Unido, pelo sexto ano consecutivo, no estudo de satisfação de consumidores realizado pela associação de consumidores britânica Which?.

O comunicado da Ryanair, porém, começa logo por fazer finca-pé no seu lema maior: "os preços mais baixos". É aqui que vem a reafirmação da chamativa promessa (que já não é nova) para cilindrar a concorrência um pouco mais: "Se encontrar uma tarifa mais baixa até três horas após efectuar a reserva, devolvemos a diferença". E acrescenta-se: "Mais 5€ de crédito na conta MyRyanair".

Segue-se outro vector sem grande concorrência nos últimos anos (tirando os muitos problemas originados no ano passado com greves e cancelamentos): a pontualidade. A Ryanair tem a tradição de ser pontual (em geral, 90% dos voos são-no, afirmam, embora, uma vez mais, no ano passado tenha havido dificuldades nas contas e mais queixas). Vai daí que a segunda promessa não parece doer nada: "Objectivo de pontualidade de 90%" (para o que não contam atrasos provocados por greves ou falta de pessoal de controlo de tráfego aéreo) ou "baixamos as tarifas no mês seguinte em 5%".

Em seguida, prometem-se, já na Primavera, "novas aeronaves Max", com "novos interiores, mais espaço para pernas, mais lugares" e até "melhorias a nível ambiental".

Uma grande aposta encontra-se na alínea seguinte: a companhia garante "pedidos de compensação EU261 [cancelamentos, atrasos] processados em dez dias".

E, ainda nesta alínea, uma garantia que trará muita expectativas aos mais críticos: "novo apoio ao cliente 24 horas por dia, conexão em apenas dois minutos".

Mas há mais melhorias, de facto: um “período de graça” alargado para 48 horas para efectuar gratuitamente pequenas alterações à reserva (por exemplo, alteração de nome). Outros "upgrades", mais digitais, incluem "novo localizador de tarifas, bilhetes para eventos desportivos, guias de viagens exclusivos e aplicação móvel mais rápida".

Para os passageiros com mais preocupações ecológicas, a Ryanair tem também uma nova promessa: "melhorias a nível ambiental", com um "programa de compensação de emissões de carbono e compromisso de voos livres de plástico não reutilizável em cinco anos".

Em matéria de produtos, foca-se o Ryanair Choice, "programa para passageiros frequentes", que terá o custo anual de 199 euros e que "inclui em todos os voos reserva de assentos gratuita, fast-track e embarque prioritário".

Este ano, refere-se em comunicado, citando o chefe do marketing Ryanair, Kenny Jacobs, a companhia espera transportar 152 milhões de passageiros.

Recentemente, o histórico chefe da Ryanair, Michael O'Leary, confirmou o abandono dos comandos directos da companhia, numa altura em que se verificam prejuízos de quase 20 milhões de euros no terceiro trimestre do ano fiscal, terminado em Dezembro – isto num ano que a low cost viveu o seu "pior Verão de sempre".

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