Guaidó nomeia nova direcção para a petrolífera estatal venezuelana

Líder da Assembleia Nacional que se proclamou Presidente interino abriu nova frente no confronto com o regime de Nicolás Maduro. Acesso às receitas do petróleo é fundamental para controlar o país.

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Juan Guaidó na manifestação de terça-feira em Caracas Carlos Garcia Rawlins/REUTERS

O líder da oposição venezuelana, Juan Guaidó, anunciou a nomeação de uma nova direcção da Citgo, a refinaria detida maioritariamente pela petrolífera estatal PDVSA, mas com sede nos Estados Unidos, abrindo uma nova frente no confronto com o Governo de Nicolás Maduro. Guaidó fez também nomeações para a direcção da PDVSA.

"Com esta decisão, não só estamos a proteger os nossos activos, como também evitamos que continue a destruição e que se perca a empresa", declarou o presidente da Assembleia Nacional, que o declarou Presidente interino a 23 de Janeiro, depois de considerar ilegítima a tomada de posse de Maduro, reeleito em eleições não reconhecidas por parte significativa da comunidade internacional. 

A decisão foi aprovada numa sessão da Assembleia Nacional – o órgão que foi esvaziado de poderes por Nicolás Maduro.

Se conseguir controlar a Citgo e a PDVSA, Guaidó terá acesso às principais fontes de rendimento do Estado venezuelano. Mas não é de esperar que o Presidente Maduro ceda facilmente esse controlo.

De acordo com a agência Reuters, os nomes para a Citgo são Luisa Palacios, Angel Olmeta, Edgar Rincon, Luis Urdaneta, Rick Esser e Andres Padilla. Para a PDVSA, são Simon Antunez, Gustavo Velasquez, Carlos Balza, David Smolansky e Ricardo Prada. Os perfis são variados: gestores e consultores, académicos, políticos, funcionários destas empresas.

Entretanto, o Ministério Público búlgaro anunciou ter bloqueado transferências feitas para várias contas bancárias naquele país a partir da PDVSA. Estas contas estão em nome de um homem com várias nacionalidades – incluindo a búlgara, disse o procurador-geral, Sotir Tsatsarov, citado pela Reuters. E o dinheiro que entrou, proveniente da petrolífera venezuelana, está a ser enviado para outras contas no estrangeiro, disse o mesmo responsável.

As autoridades búlgaras actuaram após informações fornecidas pelos Estados Unidos, disse Tsatsarov.

A PDVSA tem tentado aumentar as exportações de petróleo para países como a Índia, para tentar contornar as sanções impostas pelos Estados Unidos.

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