Diogo da Silveira deixa a presidência executiva da Navigator em Abril

A saída foi anunciada para 9 de Abril, altura da eleição dos órgãos sociais do próximo mandato. Até lá, João Castello Branco será presidente executivo interino.

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Adriano Miranda

Diogo da Silveira vai deixar o cargo de presidente executivo (CEO) da Navigator. O gestor “manifestou vontade de não ser eleito para o novo mandato do Conselho de Administração”, avança um comunicado da empresa à Comissão do Mercado de Valores Mobiliários (CMVM). Diogo da Silveira deixa o cargo de CEO a 9 de Abril, data da eleição dos órgãos sociais para o próximo mandato. 

A partir dessa data e até ser escolhido um novo presidente para a Comissão Executiva, será João Castello Branco a assumir as funções de CEO interino, acrescenta o Conselho de Administração da empresa. O empresário é o actual administrador da Semapa, a maior accionista da Navigator, cargo que ocupa desde 2015, depois da saída de Pedro Queiroz Pereira da administração e comissão executiva da empresa.

De acordo com o mesmo comunicado, Diogo da Silveira considera que “concluiu agora com êxito o mandato que lhe havia sido definido em 2014 no sentido do rejuvenescimento e diversificação da Navigator” e portanto decidiu deixar a presidência executiva da papeleira. Uma versão que coincide com a da empresa, que sublinha os "resultados obtidos pela Companhia" e o "trabalho realizado ao longo do mandato, com realce para o processo de diversificação da sua actividade e para a transformação e modernização da Navigator a nível do seu quadro de colaboradores, imagem e métodos de gestão".

A notícia da saída de Diogo da Silveira surge no mesmo dia em que a empresa de produção de pasta de papel divulgou os resultados financeiros do ano de 2018 — que, apesar da paragem forçada pelo furacão Leslie, foram positivos e apresentaram um crescimento na ordem dos 8% face a 2017. A empresa fechou o ano com lucros na ordem dos 225 milhões de euros, escreve a agência Lusa. 

De acordo com os dados comunicados à CMVM pela Navigator, a empresa atingiu no ano passado um volume de negócios de 1692 milhões de euros, um aumento de 3,3% relativamente a 2017.

Com vendas de 1.248 milhões, o segmento de papel representou 74% do volume de negócios, a energia 10% (173 milhões), a pasta também cerca de 10% (167 milhões) e o negócio de tissue 5% (91 milhões), continua a Lusa.

Os investimentos da empresa totalizaram 216,5 milhões de euros, uma subida explicada com a “concretização do plano de crescimento e desenvolvimento, que inclui a nova fábrica de Tissue em Cacia, o aumento de capacidade de pasta na Figueira da Foz e a reconversão da PM3 em Setúbal”.

A dívida líquida baixou 10 milhões para 683 milhões de euros e a Navigator pagou no ano passado 200 milhões de euros em dividendos. O programa de redução de custos da produtora de papel “continuou a gerar poupanças significativas” de 21 milhões de euros.

Foi em 2014 que Diogo da Silveira assumiu a presidência executiva da Navigator (na altura grupo Portucel-Soporcel), na sequência da saída de José Honório. Antes disso, o gestor formado pela École Centrale de Lille, em França, e com um MBA do INSEAD, foi CEO da companhia de seguros Açoreana, do grupo Banif, vice-presidente e presidente executivo da Sonaecom (do grupo Sonae, proprietário do PÚBLICO), administrador da Sonae Indústria e presidente da ONI SGPS em Portugal e Espanha. Iniciou a carreira no grupo industrial japonês Shin Etsu Handotai, o maior produtor mundial de materiais para semicondutores.

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