Interdição da Luz: Sporting critica lentidão, Benfica fala em mão negra

Ondas de choque em torno da decisão do Conselho de Disciplina continuam a alimentar discussão em torno da justiça desportiva.

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LUSA/JOSE SENA GOULAO

O Benfica sugeriu esta quarta-feira que "existe uma mão negra" responsável pela interdição do Estádio da Luz por quatro jogos, decretada pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol (FPF), decisão que considera um "abuso" e qualifica de "indecente".

"O único entendimento possível é o de que existe uma mão negra por detrás deste plano. A Comissão de Instrutores da Liga teve o desplante - e a coragem - de propor a interdição por um mínimo de sete e um máximo de 21 jogos. O Conselho de Disciplina da FPF decidiu por quatro", refere em comunicado o Benfica.

A decisão, plasmada num acordo que dá como provado o apoio do Benfica a claques não legalizadas na época 2016-17, é para o clube lisboeta "um abuso, uma indecência e, acima de tudo, uma machadada fatal na credibilidade de quem tem - ou deveria ter - a responsabilidade de garantir o bom funcionamento da justiça e da disciplina no futebol português".

O clube “encarnado” diz que, no limite, a Comissão de Instrutores "admitia que o Benfica fizesse mais de uma temporada inteira sem realizar qualquer jogo na Luz", sublinhando que seria inédito no futebol mundial.

"O que aqui está em causa - até pelo timing escolhido - é claramente uma tentativa de desestabilizar o clube, com interesses e propósitos que são fáceis de entender. A forma como todo este processo foi manipulado e orientado revela, com perfeita nitidez, o objectivo pretendido: servir os interesses de quem 'abençoou' esta Comissão de Instrutores da Liga e o seu principal responsável", acusa o Benfica.

Depois de conhecido o castigo, que tem por base uma queixa apresentada pelo Sporting, o Benfica anunciou que iria apresentar uma providência cautelar no Tribunal Arbitral do Desporto (TAD), com efeitos suspensivos imediatos.

Por sua vez, o Sporting considera que a demora na justiça desportiva beneficia os infractores e defende "regras iguais para todos", aludindo à interdição de quatro jogos aplicada ao Benfica por apoio a claques, disse esta quarta-feira João Sampaio, vice-presidente dos “leões”.

João Sampaio recordou a posição defendida pelo clube sobre o apoio às claques não legalizadas. "Queremos regras iguais para todos e não nos parece razoável que se neguem apoios a claques quando os mesmos estão à vista de toda a gente. Este processo é apenas o resultado natural disso, mas o tempo que já demorou e o tempo que ainda vai demorar acaba por beneficiar os infractores", acrescentou aquele dirigente.

"O Sporting continua a confiar na Justiça e acompanhará com muito empenho este processo, que é importante para a transparência no futebol português", rematou João Sampaio.

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