Incêndio encerra escola inaugurada por Rui Moreira há cinco meses
Escola básica das Flores, em Campanhã, foi considerada um “exemplo da estratégia municipal” para a educação. Câmara investiu 960 mil euros para a reabilitar. Um incêndio obrigou à transferência de 115 alunos
Rui Moreira escolheu a escola básica das Flores, em Campanhã, para abrir o ano escolar, em Setembro, inaugurando um edifício com “condições maravilhosas”. Mas a escola – um “exemplo da estratégia municipal na área educativa”, como a autarquia publicitou no seu site – encerrou há uma semana. Um incêndio no quadro eléctrico, ocorrido durante a madrugada, expandiu-se até ao hall principal, danificando vários equipamentos e toda a instalação eléctrica da escola. “Embora estejam a decorrer as peritagens e outros procedimentos legais neste tipo de situação”, esclarece o gabinete de comunicação da câmara, “a EDP já assumiu a responsabilidade” do incidente e “irá suportar os encargos necessários à intervenção a realizar para repor o normal funcionamento da escola”. Os 115 alunos devem poder regressar a esta unidade “até finais de Abril”.
Na terça-feira passada as crianças não tiveram aulas por “não haver condições de segurança para isso”. Mas, nesse mesmo dia, a Câmara do Porto e a direcção da escola, integrada no agrupamento Alexandre Herculano, encontraram uma “solução temporária”, disse ao PÚBLICO o coordenador desta unidade, Miguel Almeida. No dia seguinte, os alunos foram transferidos para a Escola Básica da Lomba.
A actividade escolar foi retomada “com o mínimo de sobressalto possível”, garante o coordenador, dizendo que “não faltou nada” às crianças, incluindo almoço na cantina escolar e transporte oferecido pela câmara para as deslocações até àquela unidade, a cerca de cinco minutos de carro ou 15 a pé. Também a câmara garante que o estabelecimento junto à estação de Campanhã “reúne as condições para o funcionamento provisório, estando todos os serviços a funcionar com normalidade”. A escola da Lomba, também do agrupamento Alexandre Herculano, tinha um edifício desocupado e foi nesse espaço que os alunos foram instalados.
Nos dois meses estimados para o regresso à escola das Flores, “terá que se contratar projectista, elaborar projecto e caderno de encargos, lançar a obra a concurso e realizar a obra após a adjudicação”, explicita o executivo.
A intervenção na escola das Flores, inaugurada em 1983, era há muito pedida. Em Junho de 2017 a câmara avançou com obras para criar instalações provisórias, na área exterior da escola, e poder intervencionar o edifício principal. Durante todo o ano lectivo passado, os alunos tiveram aulas em contentores.
Nas obras do novo espaço, que recebe crianças entre os três e os dez anos e tem capacidade para 250 crianças, o município investiu quase um milhão de euros numa reformulação total, do interior e exterior, tendo sido também renovado todo o mobiliário escolar e material didáctico, um investimento de 35 mil euros. Na abertura oficial da escola, Rui Moreira esteve acompanhado pelos vereadores Fernando Paulo e Catarina Araújo, distribuiu material escolar a uma das turmas e sublinhou a importância da reabilitação do espaço: "As escolas têm que ser confortáveis para que as crianças gostem e sintam aquilo que é a construção da auto-estima à volta da escola."