Escola Circular: o projecto que permite aquecer escolas de Famalicão com resíduos florestais

Preservar o ambiente e reduzir os custos são os objectivos da autarquia. O projecto foi implementado no ínicio do ano lectivo em Requião e chegará, nos próximos dias, ao jardim-de-infância de Mouquim.

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Adriano Miranda

Famalicão quer a tornar-se numa cidade “mais ecológica” e “mais sustentável”. E os primeiros passos já estão a ser dados. Desde Setembro de 2018, o aquecimento do Jardim de Infância de Requião é feito com pellets produzidas a partir do material vegetal resultante da limpeza de terrenos e matas do concelho. A ideia da nova fonte de energia surge no âmbito do projecto-piloto “Escola Circular”, apresentado na passada sexta-feira, que vai chegar a outras escolas do município.

O objectivo da autarquia é duplo. Por um lado, quer “preservar o ambiente”. Por outro, esperam “reduzir os custos” com uma “economia circular”, diz o presidente da câmara municipal de Famalicão. Paulo Cunha explica que o projecto nasceu de “uma conjugação” de circunstâncias do concelho: “Em Famalicão, temos florestas onde existem resíduos que têm de ser removidos para diminuir o risco de incêndio e temos a empresa Tec Pellets que produz pellets a partir de resíduos florestais”.

O jardim-de-infância de Requião está “a ser uma experiência muito bem-sucedida”. Depois da avaria na caldeira (cuja fonte de energia utilizada era o gás propano), a Câmara decidiu adquirir uma caldeira adaptada para pellets. “É um investimento que seria sempre necessário”, justifica o presidente. “Estamos a poupar”, garante. Feitas as contas, a poupança anual “será de cerca de seis mil euros”.

Terminado o uso de gás propano, “diminui-se o consumo de combustíveis fósseis”. Mas o conforto das escolas está assegurado. “Reduz-se a pegada ecológica e aumenta-se a eficiência no uso dos recursos municipais”, acrescenta ao PÚBLICO Paulo Cunha.

Através da limpeza das florestas famalicenses, os resíduos florestais têm agora uma utilidade mais eficiente. “Aquilo que são chamados sub-produtos ou resíduos podem ser recolocados no processo produtivo e criar um novo produto útil para a nossa economia com menor custo ambiental e financeiro”, realça a autarquia, em comunicado, sublinhando que o projecto é um exemplo de “economia circular”.

O feedback “positivo” é o mote para que a Escola Circular seja implementada noutras escolas. Nos próximos dias, garante o presidente, o aquecimento através de pellets chegará ao jardim-de-infância de Mouquim. “Sempre que for necessário proceder à substituição de processos de aquecimento obsoletos, nós vamos sempre optar por este modelo, desde que exista matéria-prima suficiente”, promete.

Texto editado por Ana Fernandes

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