Selfie Harm: o antes e depois das redes sociais

O projecto do fotógrafo britânico Rankin tem como objectivo apontar os perigos relacionados com as aplicações que servem para retocar a imagem das pessoas.

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Imagem cedida por Rankin
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O fotógrafo britânico John Rankin Waddell (conhecido como Rankin) fotografou 15 jovens. Depois deu-lhes telemóveis para editar as suas fotografias. Os resultados foram desconcertantes para o mesmo: “A diferença que fazem cinco minutos de ajustes é reveladora e, sinceramente, assustadora”, declara em comunicado.

O projecto Selfie Harm faz parte de uma campanha lançada pela M&S Saatchi em parceria com Rankin e a MTArt Agency, que explora temas relacionados com a saúde mental. Neste trabalho em concreto, Rankin quis expor os perigos relacionados com as aplicações que servem para retocar a imagem das pessoas.

Entre as várias capacidades que têm, estas aplicações permitem, por exemplo branquear os dentes, aumentar ou mudar a cor dos olhos e apagar borbulhas. Uma das mais populares é a Facetune, que recentemente lançou uma segunda versão, ainda mais avançada.

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“À medida que as aplicações se vão tornando mais sofisticadas e a tecnologia mais aperfeiçoada, não só se estão a esbater as linhas entre fantasia e realidade, como se está a encorajar uma cultura perturbadora de homogeneidade”, defende Rankin. “As selfies são menos sobre 'quem realmente és' e mais sobre' com que celebridade te queres parecer'. É o exacto oposto daquilo que os auto-retratos deveriam ser”, acrescenta.

A edição de imagem não é nada de novo. Simplesmente agora está acessível a qualquer pessoa com um telemóvel, não sendo necessário ter qualquer conhecimento de Photoshop. Algumas destas aplicações (não todas) são grátis, fáceis de usar e, aponta o fotógrafo, funcionam “como uma espécie de jogo”. O problema é quando passa de uma diversão para a construção de uma identidade “alternativa ou melhor” para as redes sociais, alerta.

Para Rankin esta é apenas a ponta do iceberg, tendo em conta que a tecnologia evoluiu constantemente. “É por isso que precisamos de uma discussão aberta sobre como estamos a abordar, ver e a mudar as nossas imagens”, diz. “Em vez de simplesmente dizermos às pessoas para pararem precisamos de aceitar que é um assunto complexo.”

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