Santana Lopes: “É um momento especial sem pieguices”

O primeiro congresso da Aliança fundada pelo antigo líder do PSD já teve início em Évora.

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Miguel Manso
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O líder fundador da Aliança, Pedro Santana Lopes, chegou ao primeiro congresso do partido, em Évora, assumindo que “é um momento especial”, que é um “novo desafio”, e que gosta de “ver o lado bonito da política”.

Sem esconder a emoção, o ex-líder do PSD chegou “bem-disposto”, reconheceu que é um “momento especial mas sem pieguices”. “Gosto de ver o lado bonito da política” e não o “lado feio – a corrupção, o não cumprimento dos mandatos e os debates estéreis”, afirmou aos jornalistas à entrada do Arena. No desafio que disse assumir na vida, o antigo primeiro-ministro referiu que “construir algo novo é fascinante”.

Pedro Santana Lopes entrou depois no pavilhão onde era esperado por centenas de delegados que o receberam com palmas e fazendo o gesto de V (de vitória), e dando início ao congresso fundador da Aliança sob o lema “Das Pessoas, para as Pessoas”. Com um cenário dominado por azul claro, a cor do partido, na sessão da manhã os delegados assistem à apresentação da declaração de princípios, dos estatutos, do símbolo do partido e da moção de estratégia global de Santana Lopes.

Na sala de acreditações dos delegados, a organização do congresso tem montada uma banca de venda de produtos de merchandising do partido (canetas, agendas, cadernos, porta-chaves, camisolas, chapéus de chuva).

Águas elogia “coragem” de Santana

O congresso aprovou por unanimidade os estatutos (depois de apresentados), o símbolo e o regulamento eleitoral. Na apresentação do programa, Rosário Águas, da comissão instaladora da Aliança, elogiou a “coragem” de Santana Lopes para fundar a nova força política. “Um partido que nasceu da iniciativa destemida de um homem e da vontade de muitos portugueses e portuguesas que não se conformam com as desigualdades, com o crescimento anémico de muitas décadas”, disse a ex-secretária de Estado da Administração Pública no Governo PSD/CDS liderado por Santana Lopes.

Assumindo que “era preciso um partido novo”, Rosário Águas enumerou as várias orientações estratégicas da Aliança e começou por fazer uma referência ao combate à corrupção, defendendo que a Aliança “é espaço certo para aqueles que valorizam a verdade, o mérito”. “A Aliança defende que é preciso restabelecer a ordem e a decência” nos comportamentos sociais e “na conduta pública”, disse.

Elegendo o crescimento como “uma aposta sustentada”, a antiga deputada do PSD, referiu-se à taxa de IRC 21% a que se soma “taxas e taxinhas”, o que coloca Portugal com “10 pontos percentuais da taxa de IRC da média europeia”. “Não é possível fazer investimento de boa qualidade sem competitividade fiscal”, defendeu. Como um exemplo de falta de aproveitamento dos recursos, a antiga deputada do PSD apontou o mar: “É verdade que temos um Ministério do Mar. Mas o que fizemos para aproveitar os recursos? Nada. Deixámos que Bruxelas se aproveitasse da nossa Zona Económica Exclusiva”.

Entre os eixos que estão inscritos no programa da Aliança, Rosário Águas apontou a saúde como “a principal preocupação dos portugueses”. Defendendo que o “Estado tem de assumir um papel protector de saúde bem diferente de ser prestador de saúde”, Rosário Águas considerou que a discussão entre “público e privado é absurda” e sustentou a proposta do partido nesta área: seguro de saúde para todos como existe na Suíça, Holanda e Alemanha.

Antes e depois da intervenção da antiga governante, o microfone andou de mão em mão para as apresentações individuais (nome, local de origem) de cada delegado, alguns com mensagens de incentivo ao novo partido.

Quase a finalizar os trabalhos da manhã, os congressistas ouviram as três propostas de hino para a Aliança, que poderão votar no site, uma de Carlos Pinto, fundador do partido, outra de José da Câmara, e uma terceira de António Pinto Basto.

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