Os sete magníficos atrás do título Carro do Ano

Audi A1, DS7 Crossback, Hyundai Kauai Electric, Kia Ceed, Opel Grandland X, Peugeot 508 e Volvo V60 são os sete candidatos a Carro do Ano. O vencedor é revelado dia 28 de Fevereiro.

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Entre os sete magníficos a lutar pelo título de Essilor Carro do Ano - Troféu Volante de Cristal 2019, uma iniciativa organizada pela SIC Notícias e Expresso, há um utilitário (Audi A1, segmento B) e dois familiares: Kia Ceed, a concorrer na classe com duas propostas (hatchback e SW), e a carrinha Volvo V60 (segmento D) com um motor de 2,0 litros na configuração D4 de 190cv. Depois, verifica-se a entrada de um executivo de uma marca generalista, o Peugeot 508, que na classe se apresenta com o 2.0 BlueHDI de 160cv. Ainda do grupo PSA, regista-se a inclusão nos finalistas do DS7 Crossback, candidato a SUV Compacto do Ano, com a motorização a gasolina 1.6 Puretech de 225cv, e do Opel Grandland X, inscrito na mesma categoria com o motor a gasóleo 1.5 Turbo D de 130cv. Por fim, um eléctrico completa o rol de candidatos ao título maior: o Hyundai Kauai Electric.

Audi A1
Rebeldia urbana
Assente na mesma plataforma que dá vida aos actuais e bem-sucedidos Volskwagen Polo e Seat Ibiza (Carro do Ano em 2018), a MQB de arquitectura modular, o Audi A1 começa logo por revolucionar um pouco a sua vida ao surgir nesta segunda geração sem propostas a gasóleo. Para já, em Portugal, apenas está disponível com o 30 TFSI, um motor tricilíndrico de 1,0 litros, animado por 116cv e com um binário máximo disponível de 200 Nm, que pode ser acoplado a uma caixa manual com seis relações ou a uma automática S tronic de sete velocidades. Mais para a frente aguarda-se os lançamentos da restante gama: 25 TFSI (1.0 com 95cv), 35 TFSI COD (1.5 com 150cv, com desactivação de cilindros) e 40 TFSI (2.0 com 200cv). Já o design é atrevido, quer por fora, com destaque para as amplas entradas e ar e os faróis rasgados à frente, quer por dentro, em que um acentuado ângulo descrito pelo tablier divide inequivocamente os espaços do condutor e do passageiro do lado. 

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Destaque para o facto de ter adoptado os sistemas de informação, entretenimento e assistência à condução dos seus pares de segmentos superiores. O Audi A1 está disponível desde 24.965€, ainda que a versão ensaiada, recheada de extras, custasse 37.850€.

DS7 Crossback
Elegância à francesa
Quando, em 2009, o Grupo PSA decidiu transformar a submarca da Citroën como uma marca própria havia a pretensão de furar o exclusivo grupo dos emblemas premium. E, desde então, tem vindo a brilhar nos salões automóveis com protótipos de luxo e nas estradas com modelos que reclamam protagonismo. Com o DS7 Crossback vai mais longe e aposta em transportar o requinte para o subsegmento dos SUV compactos, batendo de frente com modelos alemães de renome.

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Assente na mesma plataforma que o Peugeot 3008 (Carro do Ano 2017) e que o Opel Grandland X, com o qual discute o título da classe, o modelo distingue-se sobretudo pelos ambientes decorativos inspirados em bairros parisienses (Bastille, Rivoli, Opera, Faubourg), pelo conforto, sobretudo quando apetrechado com suspensão activa controlada por uma câmara posicionada por trás do pára-brisas que vai analisando continuamente as imperfeições da estrada e adaptando as reacções do veículo. A concurso surge com o motor a gasolina 1.6 PureTech de 225cv e binário máximo de 300 Nm, mas a gama inclui outro gasolina (1.6 PureTech de 180cv) e dois a gasóleo (com 130 ou 180cv). E, ainda este ano, é aguardada a versão híbrida plug-in. O modelo está à venda desde 41.608€; a versão ensaiada custa 53.129€.

Hyundai Kauai Electric
O maratonista

A autonomia tem sido um dos contras mais pesados na aceitação dos veículos eléctricos, cuja frota particular em Portugal ainda é residual (a maior parte dos carros movidos a electricidade são vendidos a empresas ou a rent-a-car). De tal forma que até lhe arranjaram um nome quase clínico: range anxiety — termo usado num texto de 1997, no San Diego Business Journal, que depressa foi adoptado para explicar o medo que os condutores de carros 100% eléctricos têm de ficar “pendurados”. Por fim, chegaram alguns carros que contrariaram esse receio, mas apenas entre modelos de segmentos superiores. Até que a Hyundai, depois de já ter revolucionado o segmento com o Ioniq, investiu na concepção de um crossover eléctrico, dotando-o de todas as características apreciadas num SUV, mas com zero emissões.

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O Kauai Electric reclama uma autonomia de até 470 quilómetros, valor que não foge muito à realidade pelo que pudemos comprovar, apresentando-se por desde 43.350€. Já em termos de equipamento, chega muito bem apetrechado: diferentes funcionalidades de conectividade e navegação, controlo intuitivo do selector de mudanças shift-by-wire, head-up display, carregamento de smartphones por indução, travagem autónoma de emergência com detecção de peões, radar de ângulo morto ou sistema de acompanhamento de faixa de rodagem.

Kia Ceed
Familiar europeu

É coreano, mas pouco. O Kia Ceed surgiu nesta nova geração, tanto com o cinco portas como com a carrinha, mais preparado para enfrentar os baluartes do segmento C. A exibir a nova linguagem de design do gabinete de Peter Schreyer, está mais atlético, com pronunciadas linhas angulares e uma estilizada grelha nariz de tigre, além de exibir uma melhoria ao nível dos materiais usados.

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De uma maneira geral, a Kia conseguiu construir um ambiente mais comum a automóveis mais caros — e porque o preço importa, o Ceed está disponível desde 22.940€ (18.440€, em campanha de financiamento), tornando-o muito apetecível a famílias de orçamento apertado. Na gama a gasolina está o 1.0 T-GDI de 120cv (unidade que anima o hatchback a concurso nos familiares, cujo valor se salda nos 25.446€) e o 1.4  T-GDi de 140cv. A gasóleo, há um novo 1.6 CRDi, com tecnologia de controlo activo de emissões SCR, em duas derivações: de 115cv e de 136cv — este último equipa a SW candidata aos familiares (33.146€). No equipamento, destaque para a inclusão de série dos sistemas de alerta de condutor, de colisão frontal, de manutenção em faixa de rodagem ou para os faróis máximos automáticos, além de cruise control com limitador de velocidade.

Opel Grandland X
O aventureiro

Depois de ter ficado quase um ano em banho-maria, fruto do antigo sistema nacional de portagens que o classificava como classe 2 e que fez com que a marca adiasse o seu lançamento, o Grandland X apresentou-se por fim, nos últimos meses de 2018, como um modelo que alia funcionalidade a elegância sem recusar qualquer tipo de aventura — uma afirmação que a marca sustenta pelas linhas dinâmicas e pela aparência robusta, mas que pode ser comprovada quando o modelo é equipado com o sistema electrónico de controlo de tracção IntelliGrip que maximiza a aderência das rodas motrizes, adaptando a mesma a diferentes tipos de traçado.

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Assente na plataforma do Peugeot 3008 (Carro do Ano em 2017), o Grandland X oferece um bom espaço no habitáculo, mas sobretudo tira partido de algumas ideias de design para se tornar mais funcional (caso da abertura a meio entre o banco traseiro e a mala para o transporte de objectos longos). No capítulo da conectividade, apresenta-se com sistemas avançados de informação e entretenimento e com um hotspot 4G de ligação à Internet. Além do 1.5 Turbo D 130cv (desde 32.090€), com que a Opel se apresenta a concurso, a gama inclui o gasolina 1.2 Turbo de 130cv (a partir de 29.090€). O modelo testado tinha um valor de 34.490€.

Peugeot 508
O bon vivant?

Se ser bon vivant é abraçar a filosofia do hedonismo, então o Peugeot 508 cumpre com os requisitos: foi pensado sobretudo para dar prazer de condução. Falha apenas quando o conceito reflecte falta de esforço. É que se há coisa que se compreende nesta evolução é que a Peugeot não mediu esforços em criar o seu topo de gama.

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Tendo por base a plataforma EMP2, surge mais dinâmico e com uma melhorada agilidade em estrada e nas manobras. Já em termos de design, é difícil não atrair olhares de cobiça, ainda que nada pareça gritar “estou aqui”, reflectindo uma conquista da batalha em encontrar um lugar ideal entre a sobriedade e a sumptuosidade. No que toca ao equipamento, o nível de entrada chega desde logo com cruise control programável e ajuda ao estacionamento traseiro, mas entre os opcionais há a destacar a possibilidade de incluir visão nocturna. A Peugeot apresentou a concurso o 2.0 BlueHDi de 160cv, acoplado a uma automática de oito velocidades, mas a gama inclui ainda os 1.5 BlueHDi de 130cv (que espanta pelos parcos consumos) e 2.0 BlueHDi 180cv. A gasolina, há um bloco, o 1.6  PureTech, em duas declinações: 180cv e 225cv. O modelo comercializa-se desde 35.475€; o veículo ensaiado apresentava um preço de 47.300€. 

Volvo V60
Racionalidade de luxo

Se há segmento em que a Volvo dá cartas é nas carrinhas — e esta V60 revela o que de melhor a marca sueca consegue fazer no segmento. Com a plataforma SPA, que dá alma também aos modelos da série 90, distingue-se pelos traços atléticos e por uma postura de conquista da estrada. Por dentro, porém, revela-se tão funcional quanto seria desejável numa carrinha e a sua posição de condução desafia um dos pontos fortes dos SUV, incluindo os que exibem o selo sueco.

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Para as famílias distingue-se pela forte aposta na segurança, que tem colocado a marca nórdica entre as melhores nesse capítulo, e estreia o Oncoming Lane Mitigation. Este sistema é capaz de detectar veículos em contramão, preparando todo o carro para uma colisão inevitável, protegendo de melhor forma os passageiros. Além desta novidade, inclui a manutenção de faixa, o assistente de ângulo morto e de detecção de fadiga do condutor, além da tecnologia Pilot Assist, que permite uma condução semiautónoma até 130 km/h. Para já, o modelo está disponível com os blocos Diesel D3 (150cv) e D4 (190cv) e uma versão plug-in hybrid do T8 a gasolina. Ainda este ano está previsto o lançamento de uma solução 100% eléctrica. A V60 está disponível desde 45.675€; a versão ensaiada custa 71.398€.

Na luta pelas classes
Além do galardão máximo, há prémios a atribuir entre seis classes: Citadinos, Executivos, Familiares, SUV Grandes, SUV Compactos e Ecológicos. A nomeação dos finalistas ao prémio maior é independente desta escolha, com apenas uma condição: o vencedor do título de Carro do Ano vence automaticamente a classe em que se insere.

Paralelamente, a organização volta a seleccionar cinco dispositivos, posteriormente votados pelos 19 jurados, para o Prémio Tecnologia e Inovação, além de recuperar o Prémio do Público em moldes inéditos: a votação será presencial durante a exposição de todos os modelos a concurso que se realizou em Janeiro.

A iniciativa, promovida pelo grupo Impresa, através do semanário Expresso e dos canais televisivos SIC/SIC Notícias, conta com um júri composto por jornalistas automóveis em representação de quase uma vintena de órgãos de comunicação social. Além dos organizadores, o júri inclui a revista especializada Carros e Motores, os sites Motor 24, Razão Automóvel e Volante, o desportivo Record, os generalistas Correio da Manhã, Diário de Notícias e PÚBLICO, o económico Jornal de Negócios, as revistas do ACP, Exame Informática e Visão, os canais de televisão RTP, SIC Caras e TVI e as rádios Renascença/RFM e TSF.

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