Cuidadores informais: resposta do CDS não será “perfeita” mas será “diversificada”

Assunção Cristas garantiu que os centristas vão trabalhar também no Estatuto do Doente Crónico.

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Assunção Cristas no encerramento da conferência "Pela sua saúde – Ser cuidador: por um estatuto maior" LUSA/MÁRIO CRUZ

O projecto de lei que o CDS apresentará “muito brevemente” no Parlamento dirigido aos cuidadores informais será o mais abrangente possível, tendo em conta as diferentes realidades familiares existentes. Isto significa que proporá soluções, por exemplo, para quem queira prosseguir a carreira, mas necessite de apoios em casa ou, pelo contrário, para quem queira profissionalizar-se como cuidador e ser remunerado por isso. “Não vamos conseguir dar a resposta perfeita a todos os casos”, admitiu, no entanto, a líder centrista, acrescentando que o CDS não prometerá o que não conseguir dar.

Os caminhos foram apontados, nesta quinta-feira, pela líder do partido, Assunção Cristas, no encerramento da conferência Pela sua saúde – Ser cuidador: por um estatuto maior, que decorreu na sede do partido. Será também nesta quinta-feira que o Governo anunciará o projecto de lei, com as medidas aprovadas em Conselho de Ministros relativas aos cuidadores informais. A garantia foi deixada pelo próprio primeiro-ministro, no debate quinzenal. 

Assunção Cristas afirmou que, para os centristas, “é bastante claro” que o projecto do CDS terá a “amplitude necessária” para permitir “liberdade de escolha” às famílias e aos cuidadores. "Não há uma receita que funcione para todos os casos", justificou Cristas, insistindo na necessidade de “encontrar soluções diversificadas”. A centrista também disse que o documento contemplará mais medidas do que a proposta avançada pelo CDS-Madeira que prevê um apoio de 435 euros por mês para quem cuida. 

O leque de opções desenhado pelo CDS significa, disse Cristas, “pensar” nos cuidadores que “continuam a trabalhar” nas suas profissões e a cuidar de alguém ao mesmo tempo; significa acautelar as questões laborais de quem interrompe o trabalho por meses ou anos; implica discutir a reforma destas pessoas; inclui também propostas para quem cuida de alguém “todos os dias do ano”; irá abranger soluções para quem quiser pedir apoios para poder continuar a trabalhar e ter alguém em casa; ou, no sentido contrário, para quem optar por seguir o “sentido da profissionalização”.

O CDS quer “introduzir a ideia de que problemas diferentes devem ter soluções diferentes”, garantindo “diversidade, flexibilidade, liberdade de escolha”. Apesar disso, a líder sabe que a resposta não será perfeita: “Não vamos conseguir dar a resposta perfeita a todos os casos”, disse, acrescentando que “não se consegue tudo de uma vez”, mas que “passos dados são para não se voltar atrás”. Também deixou um alerta: "Não prometeremos o que não conseguimos dar."

Assunção Cristas quer também garantir que ninguém é empurrado para uma determinada solução por questões financeiras. Apesar desta intenção, frisou que quem melhor saberá fazer as contas é o Governo, por ter informação do ponto de vista “social”, financeiro e até relativa à área da saúde. 

A centrista assegurou ainda que o CDS irá também trabalhar “intensamente” num Estatuto do Doente Crónico.

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