Direito de resposta: “IGAI detecta fraudes nas refeições para os bombeiros”, publicado a 1 de Fevereiro 2019

No passado dia 1 de fevereiro, vários órgãos de informação noticiaram que foram detetadas “diversas discrepâncias” entre o número de refeições apresentadas para pagamento à Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC) pelos bombeiros e o número de operacionais que estavam no terreno durante os incêndios de Mação, entre 23 e 27 julho de 2017.

Um dos jornais cita e transcreve partes de um relatório da IGAI, onde são alegadamente identificadas essas irregularidades. Num dos vários exemplos apontados são citados os Bombeiros Voluntários da Sertã, e outras corporações, como tendo inflacionado o número de refeições que efetivamente teriam sido consumidas pelos seus operacionais.

O manto de suspeição que é lançado sobre os Bombeiros Voluntários da Sertã obriga-nos a esta tomada de posição pública, onde afirmamos claramente que a nossa corporação em momento algum cometeu qualquer irregularidade, não lhe podendo ser assacadas quaisquer responsabilidades neste caso em concreto.

Os Bombeiros Voluntários da Sertã pautam a sua ação pelo rigor, transparência e profissionalismo e não se reveem neste tipo de práticas, agora denunciadas pelos órgãos de comunicação social.

Sobre a situação em apreço, os Bombeiros Voluntários da Sertã aproveitam para esclarecer que os números apresentados não correspondem à realidade, tendo sido retirados do seu contexto e não espelhando o que aconteceu efetivamente. Aliás, temos na nossa posse todos os dados e provas relativos a esta e a outras operações em que os Bombeiros Voluntários da Sertã estiveram presentes e que demonstram cabalmente que nenhum ilícito foi praticado por esta corporação.

Defendemos, contudo, que estas investigações devem ser levadas até ao fim, por forma a acabar, de uma vez por todas, com as suspeições que recaem sobre as corporações. Se existirem incumpridores, deseja-se que sejam punidos.

Mas seria também pertinente que estas notícias divulgadas pela Comunicação Social fossem escrutinadas e que se evitassem as habituais generalizações. Uma das funções mais relevantes do jornalismo é o dever de informar, ouvindo sempre as duas partes em questão. Porém, não foi isso que sucedeu. Publicou-se um relatório (cujo conteúdo era classificado), fizeram-se interpretações enviesadas de certas partes do mesmo, retiraram-se conclusões precipitadas e, mais grave, levantaram-se acusações que atentam contra o bom nome, a integridade e o prestígio de corporações centenárias como é o caso dos Bombeiros Voluntários da Sertã. Esta corporação não foi contactada por qualquer órgão de comunicação social, em momento nenhum deste processo, para dar a sua versão dos factos, o que deveria ter acontecido, pois somos diretamente citados em muitas das notícias publicadas sobre o tema.

Lamentamos profundamente a forma como todo este caso foi tratado pela Comunicação Social, sem que as partes tenham tido a oportunidade de apresentar a sua versão dos factos.

Defendemos que toda a verdade seja apurada, neste e noutros casos em investigação, mas exigimos que esse apuramento não coloque sobre todos os visados um manto de suspeição e de irregularidade. Acreditamos que a verdade será reposta em breve, embora o dano reputacional causado, em particular, aos Bombeiros Voluntários da Sertã seja difícil de reparar.

Perante o exposto, os Bombeiros Voluntários da Sertã reafirmam a sua total e absoluta demarcação das acusações de que foram alvo pela Comunicação Social e aguardam que a verdade dos factos seja revelada o mais brevemente possível.

O presidente da direcção

O comandante

Associação Humanitária dos Bombeiros Voluntários da Sertã

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