Há privilégios de deputados que são injustificados, diz Trigo Pereira

O deputado não inscrito (e que saiu da bancada do PS) alerta para riscos do populismo.

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Deputado faz parte da comissão para o Reforço da Transparência daniel rocha

Paulo Trigo Pereira, deputado não inscrito (e que saiu da bancada do PS), defende que alguns privilégios dos deputados são injustificados. Em entrevista à Antena 1/Jornal de Negócios, o deputado lembra que os parlamentares “são os únicos que legislam em causa própria” e que por isso “deviam ter um cuidado mais rigoroso”.

Um dos tratamentos diferenciados que Paulo Trigo Pereira aponta é a possibilidade de os deputados poderem justificar a falta nas sessões plenárias com motivo de força maior. Como membro da comissão para o reforço da Transparência, Trigo Pereira propôs que se acrescentasse no estatuto dos deputados que esse motivo de força maior tem de ser “um facto não imputável” ao deputado, mas a proposta foi rejeitada.

Na entrevista publicada esta segunda-feira, o deputado considerou que é preciso que os parlamentares tenham a “noção de que a sociedade mudou", que "o escrutínio público em relação à Assembleia da República é mais exigente” e que é necessário “fazer um esforço para mudar as regras”.

O economista e professor universitário, eleito como independente nas listas do PS em 2015, defende que os riscos para a democracia, caso não se reforce as regras da transparência, “são o aumento do populismo”.

Trigo Pereira estima que o final dos trabalhos da comissão para o Reforço da Transparência no Exercício de Funções Públicas – previsto para Março - tenha de ser adiado, mas espera que tudo esteja concluído no final desta legislatura.

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