ONU vai acolher novas negociações do Iémen a bordo de um navio

Negociações entre Governo e rebeldes huthis têm como objectivo consolidar o cessar-fogo, que tem sido violado.

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Iemenitas nas ruínas de uma casa em Amran, no Iémen REUTERS/KHALED ABDULLAH

O chefe da missão da Organização das Nações Unidas (ONU) no Iémen vai acolher a bordo de um navio negociações fundamentais entre o Governo e os rebeldes huthis para consolidar um cessar-fogo, indicou este sábado a organização internacional em comunicado.

O ex-general holandês Patrick Cammaert subiu este sábado a bordo da embarcação para ir buscar a delegação governamental iemenita a um ponto de encontro no mar Vermelho, antes de regressar ao porto de Hodeida para esperar os enviados huthis, que devem chegar no domingo, precisaram as Nações Unidas.

Os beligerantes devem abordar as próximas etapas da aplicação do acordo concluído na Suécia em Dezembro, que prevê um cessar-fogo em Hodeida.

“As partes vão retomar as conversações sobre como pôr em prática a redistribuição de forças” naquela cidade portuária do oeste do Iémen “e como facilitar as operações humanitárias”, lê-se no comunicado da ONU, citado pela agência noticiosa francesa AFP.

Esta será a terceira reunião da comissão mista de acompanhamento do acordo, saudado como um grande passo em direcção a uma solução diplomática para o conflito.

O Governo, apoiado militarmente pela Arábia Saudita, e os huthis, apoiados pelo Irão, acusaram-se mutuamente de violar o cessar-fogo, e a redistribuição de forças e uma troca de prisioneiros tiveram de ser adiadas.

Os civis de Hodeida, principal ponto de entrada das importações e da ajuda humanitária no país, estão encurralados entre um cessar-fogo regularmente violado e a perspectiva de um conflito ainda mais sangrento se a trégua deixar de existir.

Segundo a Organização Mundial de Saúde, o conflito no Iémen fez pelo menos 10.000 mortos desde que uma coligação militar liderada pela Arábia Saudita interveio, em Março de 2015, para apoiar o Governo.

A guerra deixou 14 milhões de iemenitas à beira da fome, naquela que as Nações Unidas classificaram como a pior crise humanitária no mundo.

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